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Como a Black Friday te força a comprar e você nem percebe

Sua mente não resiste ao Gatilho Mental da urgência e você gasta o que tem e o que não tem

Além do Marketing|Murilo MorenoOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Black Friday usa o Gatilho Mental da urgência para provocar compras impulsivas.
  • Originalmente pensada como uma liquidação pré-Natal, a data agora enfrenta a saturação de promoções contínuas.
  • Concorrentes começaram a antecipar as ofertas, criando eventos como Black Week e Black Novembro.
  • A repetição das promoções pode desvalorizar a ideia de uma oferta especial e aumentar as fraudes comerciais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O que era pra ser um dia virou o ano inteiro. Onde está a promoção? Imagem criada por IA/ChatGPT

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Se interessou em ler? Então saiba que foi conquistado pelo que a gente, em propaganda, chama de Gatilho Mental. Você talvez não perceba, mas essa técnica é bastante utilizada e tem o papel de forçá-lo a tomar uma decisão imediata e inconsciente a favor de algum tema.


A Black Friday surgiu com esse objetivo, ser um motivo que lhe faça comprar, mesmo que não queira, ou não tenha dinheiro. Mas qual o gatilho utilizado? A urgência. Ter uma data certa pra comprar e somente 24 horas para decidir gera um senso de urgência em todos nós. É como se pensássemos: “Se não correr e comprar, vou perder a chance. Depois vai ser mais caro”.

Veja que esse gatilho é diferente do segundo mais utilizado, a escassez, aquele que diz “Últimas unidades!” Na Black Friday, quero que você decida rápido porque a chance vai passar. Na escassez, se não correr, alguém mais esperto compra antes de você.


Quando os americanos criaram a Black Friday, foram geniais. Fazer uma liquidação a menos de 30 dias do Natal é brilhante. O dono do comércio pode comprar um estoque novo pros presentes do Papai Noel, aproveitar pra se livrar do que está encalhado, fazendo um preço arrasador, e usar a força de outra data pra trazer gente pra dentro das lojas. Rapidamente, a data virou o segundo melhor momento de vendas do ano.

Só que aí alguém pensou: “Se eu antecipar minha Black Friday pra um final de semana antes, vou pegar todos os clientes ainda com dinheiro no bolso. Vou faturar mais”. Aí apareceu a Black Week.


O concorrente olha pro anúncio e raciocina: “Vou me antecipar mais. Desde o primeiro dia do mês, vou fazer ofertas”. Aparece, então, o Black Novembro. Vem outro e decide: “E se for em fevereiro? Ou junho? Por que só novembro?” E começa a aparecer as promoções “Aqui, todo dia é dia de Black Friday”.

Todo esse movimento gera um problema. Ele mata o gatilho da urgência. Se todo dia tem promoção, então você não precisa correr, não é mesmo? Black Friday virou sinônimo da palavra liquidação, mas sem nenhum sentido negativo que essa última palavra possa ter.


Escrever na porta da loja “Liquidação” já parou de atrair pessoas, pois as lojas, principalmente de roupa, passaram a ter araras com descontos, como as vendedoras dizem, “em certas peças selecionadas”. É uma isca pra lhe fazer entrar, não obrigatoriamente uma grande oportunidade.

Gatilhos são parte importante na comunicação. Eles ajudam a acelerar a decisão dos consumidores. Mas, como tudo na vida, qualquer remédio em excesso vira veneno. Black Friday ainda passa a ideia de uma oferta especial. Mas a tendência é que vire só mais um termo genérico. Ainda mais com as Black fraudes que muitas empresas praticam.

De todo jeito, dia 28 de novembro está chegando. E sua mente, se for igual à minha, já está ansiosa por entrar nos sites à meia-noite e passar a gastar o que tem e o que não tem. Quero comprar aquele par de esqui de neve com 90% de desconto. Eu, que não sei esquiar e detesto frio.

Mas é 90%! E só hoje! Realmente, imperdível...

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