Avaliação: testamos no asfalto e na terra a Amarok com 258cv
Novidade fica mais potente que as rivais e foi bem calibrada mas conectividade deixa a desejar
Autos Carros|Do R7
Visualmente a Amarok 2021 não mudou nada mas basta uma volta para perceber que a disposição do motor é outra. Não que o modelo anterior fosse fraco mas a recalibração de 225 cv para 258 cv (56,1 kgfm para 59,1 kgfm de torque) deu ainda mais disposição para a pick-up. Sabendo disso, levamos a novidade direto para a estrada e para pistas de terra a fim de acelerar o motor recalibrado e provar as qualidades da nova versão.
Mantendo suas linhas retas e certa discrição visual, a Amarok Highline que testamos prova fora da cidade suas virtudes. Isso porque na capital paulista não dá para saber a diferença em meio ao trânsito. Mas basta ganhar o trecho de estrada para ver que a aceleração é mais vigorosa. Além dos 258cv, ela tem uma função “overboost” que eleva a potência para 272cv por 10 segundos quando se aciona o acelerador até o fim.
Mantendo sua boa dirigibilidade a estabilidade é garantida por conta da tração integral automática (4Motion) que dá confiança nas curvas e manobras em geral. O câmbio de oito marchas não teve alteração além de uma programação nova para atuar com o motor V6 igualmente recalibrado. Apesar da direção hidráulica, pesada em manobras, a Amarok tem desvios de trajetória muito bons para seu porte e peso: 2.134kg.
Fora da cidade enfrentamos longos trechos de pistas de terra, subidas e descidas íngremes, o que rendeu diversão a bordo da Amarok. Em subidas íngremes ela passou com facilidade mas só fizemos teste em trechos bem arenosos. Seria bom contar com tração 4x4 com opção reduzida para momentos mais exigentes. Os pneus e rodas aro 19 também foram desenhados mais para o asfalto do que para a terra. A suspensão usa braços sobrepostos na frente e tradicional eixo rígido com feixes de molas na traseira que mostra conforto e precisão sendo que em trechos de estrada de terra ela mantém o controle e o conforto.
Acabamento simplificado
Assim como outros modelos da Volkswagen, até mesmo de preço elevado, o excesso de plástico acaba sendo um ponto negativo, principalmente em um modelo que parte dos R$ 238 mil.
Um acabamento que une plástico e soft touch cairia bem na picape. Concorrentes como Ranger, S10 e Frontier apresentam acabamento melhor com preço mais acessível.
Falta conectividade
Sim, esse é mais um ponto de melhoria na nova Amarok. Novamente vamos citar o preço de aproximadamente R$ 240 mil, pois é incomum um carro deste valor não ter itens como alerta de ponto cego, ou partida por botão.
As picapes em sua grande parte não dispõe de grande tecnologia embarcada, porém as montadoras estão cada vez mais equipando seus modelos com itens de conforto. A GM por exemplo lançou recentemente a nova S10 com Wi-Fi a bordo. No caso da Amarok, a Volkswagen já tem em linha uma nova multimídia, mais conectada, porém optou por equipar a picape com a multimídia Discovery Média, que apesar de ter espelhamento Android Auto e Apple Carplay já é desatualizada, mas cumpre seu papel.
Teto solar também não é opcional nem na versão mais cara com visual esportivo. Há ainda duas saídas USB, mas sempre na parte dianteira.
Veredicto
Apesar de ter um preço acima de todos os seus concorrentes a VW Amarok entrega muito mais desempenho no quesito potência e torque. Quem deseja potência e abre mão de conectividade, vai encontrar na Amarok uma boa opção. A picape alia bom conjunto off-road com mecânica superior ao da concorrência.
A Volkswagen disponibiliza a Amarok em duas versões:
Volkswagen Amarok V6 Highline: R$ 243.290
Volkswagen Amarok V6 Extreme: R$ 256.390
*Por Guilherme Magna e Marcos Camargo Jr.
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