Fábrica da BYD no Brasil é alvo de denúncias de agressão e contrato com terceirizada é rompido
Segundo a denúncia, funcionários das empresas terceirizadas tem sofrido maus tratos e trabalham em condições precárias na fábrica da marca chinesa
A montadora BYD e as empresas chinesas terceirizadas Jian Jang, Open Engineering e AE Corp serão investigadas após uma denúncia de maus tratos e condições precárias de trabalho na futura fábrica de Camaçari/BA. A denúncia feita em setembro teve como sequência uma visita do Ministério Público do Trabalho e da Policia Federal no último dia 11 quando as condições precárias foram constatadas e, agora, uma investigação está em curso.
Segundo a denúncia funcionários das empresas terceirizadas tem sofrido maus tratos e trabalham em condições precárias na fábrica da BYD na Bahia que está em ajustes finais para a inauguração de uma primeira fase ainda neste ano.
Os funcionários não são da BYD mas sim das empresas Jinjiang Group, AE Corp e Open Steel que são construtoras que atuam com a BYD em vários países. Há cerca de 500 trabalhadores na fábrica de Camaçari e o investimento na obra chega a R$ 5,5 bilhões.
Imagens divulgadas pela Agência Publica mostram trabalhadores que atuam sem o equipamento adequado, alimentos armazenados de forma inadequada e denotam jornadas extenuantes de trabalho.
Com a gravidade da denúncia o R7-Autos Carros procurou a assessoria de imprensa da BYD. A resposta foi a seguinte: “A BYD recebeu com repúdio as imagens relacionadas ao tratamento dado por profissionais de empresas terceirizadas aos trabalhadores na construção da fábrica de Camaçari (BA). A BYD determinou que os agressores sejam afastados e proibidos de ingressar na unidade, exigindo das empresas providências urgentes para garantir que tal atitude jamais se repita. A BYD reforça seu acolhimento aos envolvidos, que já receberam todo o suporte necessário e seguem trabalhando na fábrica”.
Próximos passos
As empresas citadas tem até dez dias para apresentar um plano de ajuste na operação de Camaçari. A BYD se comprometeu a fiscalizar a obra cumprindo a legislação trabalhista vigente no país.
“O Ministério Público do Trabalho apontou a necessidade de ajustes pontuais na operação. Identificamos as inconformidades em relação aos trabalhadores em Camaçari e exigimos que as prestadoras de serviços responsáveis pelas obras ajam imediatamente.”, admite a empresa.
A BYD assumiu o terreno de Camaçari junto ao Governo do Estado da Bahia, após o fim da produção da Ford em 2021. A fábrica anunciada em março desse ano deve ter a produção em série iniciada já em novembro. Ainda não há informações se os inquéritos e possíveis termos de ajustamento de conduta irão interferir no planejamento da produção de Camaçari.
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