Megane ou Kwid? Primeiro elétrico da Renault foi um Dauphine de 1950
Compacto teve 100 unidades produzidas em série, mas os planos deram errado

A Renault já esteve algumas vezes no mercado norte-americano. E hoje com o crescimento da eletrificação a Renault tem novos projetos na Europa, mas já esteve de forma “indireta” presente neste segmento.
Nos anos 1950 a Renault esteve nos Estados Unidos como Dauphine. Em 1957 o recém-lançado carro na Europa estreou no mercado norte-americano e emplacou de cara 28.000 unidades. O apelo dos carros grandes e o crescimento das rodovias fez o consumidor olhar mais para os carros locais e essa alegria durou pouco.
Os Dauphine encalharam e a ideia de uma empresa local de fazer carros elétricos encontrou ali uma oportunidade.

A empresa era a National Union Electric Corporation, do ramo de eletrodomésticos que tinha engenheiros ousados como Victor Wouk e Lee Dubridge. Eles desenvolveram um carro que seria um dos pioneiros na eletrificação: o Henney Kilowatt.

Esse veículo era feito sobre um Renault Dauphine 1959 com a promessa de antecipar o futuro. Mas vale lembrar que naquela altura os carros elétricos do início do século XX já haviam sido abandonados há muito tempo.

DuBridge e Wouk foram ousados. Os Renault Dauphine foram equipados com um motor elétrico de 36 volts e duas baterias conectadas em série. As unidades foram testadas e os resultados eram bons para a época.

Os carros chegavam a 64 km/h e tinha uma autonomia superior a 60 km com uma carga. Depois os engenheiros aprimoraram o projeto por meio da empresa Eureka Williams que fez um sistema ainda melhor com 72 volts que já chegava a 97 km/h e autonomia de até 100 km.

As baterias ficavam no compartimento dianteiro, reduzindo o espaço das malas a zero. Para lançar o Henney Kilowatt, os engenheiros buscaram espaço na mídia impressa em revistas de carro, de reparos de eletrônicos (muito comuns à época) e anúncios de jornais em cidades. Afinal, um carro com desempenho limitado era adequado só para cidades.
Mas não deu certo. O primeiro lote de 100 unidades produzidas rendeu apenas 37 carros vendidos e a maioria para empresas. Outras 12 unidades foram compradas por clientes finais. Veículos de operadoras de telefonia e eletricidade compraram algumas unidades. O tempo passou e eles foram esquecidos, porém, a Renault chegou a adquiri-los anos depois para estudar a solução. A própria marca diz que há 12 unidades preservadas em museus e nas garagens de alguns colecionadores.

Curiosamente todas as unidades funcionam. Como o motor elétrico dispensa manutenção como troca de óleo e refrigeração, sua manutenção é simplificada.

O primeiro Henney Kilowatt chassi “001 Experimental” foi comprado por um colecionador privado nos anos 2000. Outros estão em museus como o da companhia Detroit Eletric que comprou unidades na época da construção do veículo.
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