Mustang Mach 1: avaliamos o esportivo com elementos dos clássicos Ford
Esportivo remete no visual, na preparação e na fórmula de motorização muitos elementos dos modelos do fim dos anos 1960
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
A Ford oferece no Brasil este ano o Mustang Mach 1, clara inspiração nos modelos clássico e na versão homônima lançada em 1969. Com mudanças visuais em relação ao modelo oferecido no ano passado, o atual é 17cv mais potente com apelo de esportividade “acessível” para o clássico da Ford. O R7-Autos Carros avaliou por uma semana o Mustang Mach 1 2023.
FORD MUSTANG MACH 1 tem 10 semelhanças com o Mach 1 de 1969: QUER SABER QUAIS SÃO? Veja o vídeo!
Na cor cinza com faixas vermelhas, o Mustang Mach 1 não poderia ser mais fiel ao clássico dos anos 1960. Na época, o Mach 1 era a primeira alternativa de desempenho após o GT equipado com motor V8 e os modelos de entrada com o seis cilindros.
Tal qual em 1969, o Mach 1 tem faróis afilados com grade na cor preta com uma entrada decorativa de ar em formato redondo. Spoilers e saias estão presentes ao redor do carro bem como os frisos vermelhos presentes também no capô com o logo “Mach 1” e sem símbolos da Ford.
Os pneus 255/40 R19 na dianteira tem logo atrás uma dupla mais larga com o 275/40 R19, na traseira – além de um aerofólio, difusor com recortes de elementos triangulares e quatro ponteiras de escapamento com som encorpado. Vale lembrar que os freios são Brembo, diferentes do GT comum, e na época da estreia os freios já eram redimensionados com sistema auto-ajustável e anti-fade.
Por dentro, ainda há mais elementos alusivos ao Mach 1 de 1969. O painel é dividido em dois nichos tal qual o modelo original mas com linhas mais suaves. O volante multifuncional é quase reto em relação ao painel e tem boa empunhadura com couro. O painel digital é bem completo com velocímetro e conta giros digital mas com elementos gráficos circulares que remetem aos modelos antigos.
Sobre o porta-luvas esta o emblema do modelo que é numerado, recurso já usado em séries especiais do passado. Na época o Mach 1 vinha com rádio cassete nos EUA, e hoje traz uma multimídia com sistema FORD SYNC com câmera de ré de boa resolução, Apple CarPlay e Android Auto além de bluetooth e sistema de navegação próprio por GPS. Um pouco raiz mas com som de alta qualidade.
O motor é raiz com V8 Coyote sem turbina ou assistência elétrica que desenvolve 483 cv a 7.250 rpm e 56,7 kgfma 4.900 rpm combinado com câmbio automático de dez velocidades. Na época de lançamento, o Mach 1 tinha opção do V8 Windsor 302 com carburador quádruplo, V8 428 6,4 litros e o motor Cobra Jet com até 360cv.
Hoje, por regras de emissões e tributação, o máximo possível é usar o V8 5,0 litros com “truques de fábrica”. Assim o Mach 1 traz novo Coletor de admissão, corpo de borboletas, sistema de arrefecimento e radiador da transmissão adicionais são os mesmos do Shelby GT350.
Aliás, amortecedores e molas da suspensão adaptativa tem curso e comportamento específico do Mach 1. No longínquo ano de 1969 também era assim mas, claro, sem recursos eletrônicos e sem itens como controle de tração e estabilidade, diferencial anti deslizamento entre outros que fazem parte da ficha técnica de hoje.
Duro na cidade e divertido fora dela
A bordo do Mach 1 testado na cidade e na estrada se notam as mudanças que deixam o carro mais esportivo e “rígido” sendo confortável de fato numa boa estrada. O motor tem ronco ajustável bem como a direção que muda muito o comportamento do Mustang Mach 1.
Na cidade, porém, tachões e quebra molas incomodam num veículo baixo e com trocas de marcha um pouco ríspidas. Dessa forma, o ideal é manter a direção no modo normal. Já na estrada, não é difícil se empolgar com os 483cv e alto torque mesmo para mover seus mais de 2.700kg. O 0-100/h é feito em apenas 4s e a velocidade máxima é de 250/h.
Ao longo do teste só chegamos a metade desse limite respeitando as condições viárias. Para um esportivo fiel à receita o consumo ficou em 5,8km/l na cidade e 9km/l na estrada, próximo do que a Ford divulga e muito longe do consumo do carro nos anos 1960, algo como 5km/l no circuito combinado.
Conectividade não é o forte do Mustang mas o som de boa qualidade bem como a multimídia de interface já antiga mas bem rápida para conexão é um conjunto satisfatório. Para os fãs de um bom esportivo sem qualquer eletrificação, o Mustang Mach 1 é o melhor esportivo hoje vendido no Brasil com preço na faixa de R$ 550 mil e já com poucas unidades disponíveis na rede de concessionários Ford.
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