Nissan anuncia fechamento de fábrica no México, após quase seis décadas
Unidade era responsável pela produção de dois modelos importantes e que são vendidos no Brasil
A Nissan confirmou nesta semana que encerrará as atividades da fábrica de Cuernavaca, no México, até março de 2026. Inaugurada em 1966, a unidade foi a primeira da marca fora do Japão e desempenhou papel estratégico na expansão da montadora para o mercado norte-americano, especialmente com a produção do Datsun Bluebird. Ao longo de quase seis décadas, mais de seis milhões de veículos foram fabricados no local.

Atualmente, a planta é responsável pela produção da picape Frontier e do sedã Versa. Ambos os modelos terão sua fabricação transferida para o complexo industrial de Aguascalientes, também no México, que atenderá tanto ao mercado interno quanto às exportações, especialmente para os Estados Unidos.

Conhecida inicialmente como CIVAC, a unidade de Cuernavaca foi construída em um momento decisivo da Nissan, logo após a fusão com a Prince Motor Company.

Com a introdução de tarifas de importação de até 25% pelo governo norte-americano nos anos 1960, a montadora optou por investir na produção local para ampliar sua presença nos EUA.

Nos anos seguintes, a Nissan expandiu sua atuação na América do Norte, com destaque para a abertura da fábrica de Smyrna, no Tennessee (EUA), onde passou a montar modelos como Altima, Maxima, Rogue, Pathfinder, o elétrico Leaf e o SUV de luxo Infiniti QX60. A crescente capacidade de produção nos Estados Unidos acabou tornando algumas unidades mexicanas menos estratégicas, o que motivou a concentração das operações em Aguascalientes.
O fechamento da planta faz parte de um amplo processo de reestruturação global da Nissan. A montadora japonesa anunciou recentemente um plano para captar 860 bilhões de ienes (cerca de R$ 32 bilhões) por meio da emissão de títulos de dívida. O valor será destinado ao fortalecimento da liquidez da divisão automotiva e ao suporte das metas previstas no plano estratégico de médio e longo prazo, batizado de Re:Nissan, que também prevê o corte de até 20 mil postos de trabalho ao redor do mundo.
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