Teste: Polo 170TSi 2023 perde potência mas não o brio de um hatch manual
Compacto perde quase 10% de potência e 20% de torque para ficar mais econômico e manter o prazer ao volante
Autos Carros|Marcos Camargo Jr. e Marcos Camargo Jr.
Cinco anos após seu lançamento, o Polo de sexta geração recebeu suas primeiras mudanças profundas no Brasil. Desta vez avaliamos o Polo 170TSi 2023, versão turbinada e com câmbio manual de cinco velocidades.
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Distante dos modelos mais equipados, o 170TSi é a alternativa mais em conta com o motor revisto, o que significa menor potência e torque por um consumo menor. Longe de dizer que o Polo ficou menos divertido. A diferença, na prática, é mínima.
Mas numericamente é grande: a redução de potência que antes era de 128cv agora passa para 116cv e o torque que era de 20kgfm agora está em 16,8kgfm. Mecanicamente é o mesmo Polo TSi porém com a revisão eletrônica para atender ao Proconve PL7 e melhorar (ainda mais) o consumo de combustível. O Polo turbo continua gostoso de dirigir mas não tem o mesmo brilho do motor 200TSi.
As mudanças visuais são de pouca relevância. Ele ganha novos para-choques que nesta versão tem amplas molduras inferiores e abrem mão de um farol de neblina. O farol em LED foi um ganho importante mas ele não tem mais freio a disco traseiro e usa sistema comum a tambor como seus concorrentes. A grade é mais afilada e baixa com uma entrada de ar de um lado e uma superfície fechada do outro.
As rodas são de liga leve aro 15 mas com um desenho convencional sem acabamento diamantado ou diferenciado. Na traseira, lanternas escurecidas e novos para choques também resumem as mudanças. A tampa do porta malas tem o vinco que acompanha à meia altura esse detalhe típico dos carros de plataforma MQB.
Por dentro o Polo continua sóbrio e com o mesmo desenho cheio de linhas retas. Na reestilização ele ganha nova cobertura no painel, o cluster que é digital e o volante com novo padrão de logotipo. Embora se notem algumas rebarbas no encaixe dos plásticos nas portas, a percepção de um carro simples mas bem construído segue a mesma. O mesmo se pode falar da ergonomia do carro: bancos inteiriços com bom apoio lateral, posição do volante confortável (embora sem ajuste de altura) e espaço amplo para objetos no console e no porta luvas.
O painel é digital com elementos claros de fácil visualização e cor azul bem sóbrio traz informações claras sobre consumo, distância e velocímetro mas dispensa o conta giros, o que é uma pena.
A multimídia neste modelo não é a Volksplay mas sim o antigo sistema Composition sem integração com aplicativos mas funcional. Ele traz conexão com Apple CarPlay e Android Auto com cabo, Blutetooth, rádio e alguns comandos do veículo. Além do USB convencional no aparelho há duas conexões USB-C mais abaixo, no console.
A bordo do Polo TSi o motorista acostumado ao câmbio automático redescobrirá o prazer de um hatch compacto com transmissão manual. O motor perdeu potência e torque mas continua divertido. A direção é leve, comunicativa, a suspensão foi revista com a carga de amortecedores agora mais confortáveis e os pneus 185 aro 15 também favorecem essa proposta. No quesito segurança traz quatro airbags, controles de tração e estabilidade, assistente de parira em rampa e freio ABS.
O motor turbo “acende” a partir das 1700rpm, ou seja, sempre bem cedo e responde rapidamente ao toque do acelerador brilhando mais nas rotações mais altas. Já nas saídas ou em baixa velicidade há sensação de pouca potência o que é questão de costume. O câmbio e o motor trabalham em harmonia e prazer com engates precisos e justos.
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Só testamos o Polo 170TSi abastecido com etanol onde ele faz cerca de 12km/l na estrada e 9,6km/l na cidade. Ao longo de 600km de teste a média ficou em 10km/l o que é bom para um carro de sua classe. Essa versão turbinada e manual faz frente principalmente com o Onix LT que traz, inclusive, a mesma potência do Polo 170TSi. O preço na faixa de R$ 93 mil pode chegar a R$ 95 mil em algumas concessionárias. É bem mais caro do quando foi lançado mas alinhado ao que a concorrência entrega. Com foco em economia e prazer ao volante, o Polo menos potente ainda é capaz de fazer bonito com a melhor dirigibilidade do segmento.
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