Volkswagen fecha primeira fábrica na Alemanha em 88 anos
“Fábrica de vidro” em Dresden vai virar um centro de pesquisa e reflete momento de crise
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A Volkswagen anunciou o encerramento da produção em uma de suas fábricas na Alemanha, marcando um fato inédito em seus 88 anos de história.
Pela primeira vez desde sua fundação, a montadora alemã desativa uma unidade industrial em seu próprio país, um movimento que simboliza a profundidade da crise enfrentada pela empresa e os desafios estruturais da indústria automotiva europeia.
O fechamento ocorre na planta de Dresden, conhecida como “fábrica de vidro”, e faz parte de um plano mais amplo de reestruturação que prevê o corte de até 35 mil postos de trabalho na Alemanha até o fim da década.

Inaugurada em 2002, a fábrica de Dresden sempre teve um papel mais simbólico e tecnológico do que industrial dentro do grupo Volkswagen. A unidade foi concebida como uma vitrine da marca, com processos de produção visíveis ao público e foco em inovação.

A fábrica sempre produziu veículos de tecnologia da linha Volkswagen como o Phaeton e e-Golf.
Nos últimos anos, passou a produzir o Volkswagen ID.3, um dos principais modelos elétricos da marca na Europa.
Ainda assim, o volume acumulado da planta ao longo de mais de duas décadas ficou abaixo de 200 mil veículos, número considerado baixo para os padrões da indústria automotiva alemã.

O encerramento da produção em Dresden ocorre em um contexto de forte pressão financeira sobre o Grupo Volkswagen.
A montadora enfrenta queda de vendas em mercados estratégicos, especialmente na China, onde marcas locais avançaram rapidamente no segmento de veículos elétricos e híbridos, reduzindo a participação das fabricantes tradicionais europeias.
Na Europa, o cenário também é desafiador, com desaceleração da demanda, aumento dos custos de energia e produção, além de um ritmo de adoção de carros elétricos inferior ao esperado em alguns países.
A combinação desses fatores levou a Volkswagen a revisar seus investimentos globais e adotar medidas mais rígidas de controle de custos.

Dentro desse processo, a empresa firmou acordos com sindicatos alemães para viabilizar a reestruturação sem recorrer a demissões imediatas em larga escala.
O plano prevê a redução gradual de cerca de 35 mil empregos até 2030, principalmente por meio de aposentadorias antecipadas, programas de desligamento voluntário e realocação interna.
Mesmo assim, o impacto social é significativo, já que a indústria automotiva é um dos pilares da economia alemã e emprega centenas de milhares de trabalhadores direta e indiretamente.

Apesar do fim da produção, a Volkswagen não pretende abandonar completamente o complexo de Dresden.
A montadora planeja transformar o local em um centro de pesquisa e desenvolvimento, em parceria com a Universidade Técnica de Dresden, com foco em áreas como inteligência artificial, robótica e tecnologias para a indústria automotiva do futuro.
Parte do espaço também deve ser mantida como área de exposição, entrega de veículos e atração institucional, preservando o vínculo histórico da marca com a cidade.
O fechamento da fábrica na Alemanha reforça um movimento mais amplo de transformação da indústria automotiva global.
Fabricantes tradicionais enfrentam o desafio de equilibrar investimentos em novas tecnologias, como eletrificação e software, com a necessidade de manter rentabilidade em um mercado cada vez mais competitivo.
No caso da Volkswagen, a decisão de encerrar a produção em Dresden é simbólica, mas deixa claro que nem mesmo as montadoras mais tradicionais estão imunes às mudanças profundas que atingem o setor.
Para o mercado europeu, o anúncio acende um alerta sobre o futuro da produção automotiva no continente, pressionada por custos elevados, concorrência asiática e incertezas na transição energética.
Já para a Volkswagen, o movimento representa uma tentativa de ajustar sua estrutura industrial à nova realidade do mercado global, ainda que isso envolva decisões históricas e politicamente sensíveis em seu país de origem.
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