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Volkswagen fecha primeira fábrica na Alemanha em 88 anos

“Fábrica de vidro” em Dresden vai virar um centro de pesquisa e reflete momento de crise

Autos Carros|Marcos Camargo JrOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Volkswagen encerrará a produção na fábrica de vidro em Dresden, marcando o primeiro fechamento de uma unidade na Alemanha em 88 anos.
  • O fechamento faz parte de um plano de reestruturação que prevê a eliminação de até 35 mil empregos na Alemanha até 2030.
  • A planta, que produziu menos de 200 mil veículos em seu histórico, será transformada em um centro de pesquisa e desenvolvimento.
  • A decisão reflete a crise na indústria automotiva europeia e pressões financeiras, destacando o impacto de novas tecnologias e concorrência asiática.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Volkswagen encerra fábrica na Alemanha pela 1ª vez em 88 anos, refletindo crise na indústria automotiva europeia Volkswagen/Divulgação

A Volkswagen anunciou o encerramento da produção em uma de suas fábricas na Alemanha, marcando um fato inédito em seus 88 anos de história.

Pela primeira vez desde sua fundação, a montadora alemã desativa uma unidade industrial em seu próprio país, um movimento que simboliza a profundidade da crise enfrentada pela empresa e os desafios estruturais da indústria automotiva europeia.


O fechamento ocorre na planta de Dresden, conhecida como “fábrica de vidro”, e faz parte de um plano mais amplo de reestruturação que prevê o corte de até 35 mil postos de trabalho na Alemanha até o fim da década.

VW fecha a ‘fábrica de vidro’ em Dresden; plano prevê corte de até 35 mil empregos na Alemanha Volkswagen/Divulgação

Inaugurada em 2002, a fábrica de Dresden sempre teve um papel mais simbólico e tecnológico do que industrial dentro do grupo Volkswagen. A unidade foi concebida como uma vitrine da marca, com processos de produção visíveis ao público e foco em inovação.


Inaugurada em 2002, a ‘fábrica de vidro’ de Dresden foi vitrine tecnológica da Volkswagen Volkswagen/Divulgação

A fábrica sempre produziu veículos de tecnologia da linha Volkswagen como o Phaeton e e-Golf.

Nos últimos anos, passou a produzir o Volkswagen ID.3, um dos principais modelos elétricos da marca na Europa.


Ainda assim, o volume acumulado da planta ao longo de mais de duas décadas ficou abaixo de 200 mil veículos, número considerado baixo para os padrões da indústria automotiva alemã.

De Phaeton a ID.3, a fábrica de Dresden produziu menos de 200 mil veículos em 20 anos Volkswagen/Divulgação

O encerramento da produção em Dresden ocorre em um contexto de forte pressão financeira sobre o Grupo Volkswagen.


A montadora enfrenta queda de vendas em mercados estratégicos, especialmente na China, onde marcas locais avançaram rapidamente no segmento de veículos elétricos e híbridos, reduzindo a participação das fabricantes tradicionais europeias.

Na Europa, o cenário também é desafiador, com desaceleração da demanda, aumento dos custos de energia e produção, além de um ritmo de adoção de carros elétricos inferior ao esperado em alguns países.

A combinação desses fatores levou a Volkswagen a revisar seus investimentos globais e adotar medidas mais rígidas de controle de custos.

Sob pressão financeira, VW fecha planta em Dresden; concorrência chinesa domina mercado de elétricos Volkswagen/Divulgação

Dentro desse processo, a empresa firmou acordos com sindicatos alemães para viabilizar a reestruturação sem recorrer a demissões imediatas em larga escala.

O plano prevê a redução gradual de cerca de 35 mil empregos até 2030, principalmente por meio de aposentadorias antecipadas, programas de desligamento voluntário e realocação interna.

Mesmo assim, o impacto social é significativo, já que a indústria automotiva é um dos pilares da economia alemã e emprega centenas de milhares de trabalhadores direta e indiretamente.

Mesmo com cortes via aposentadorias e desligamentos voluntários, efeito social será profundo na Alemanha Volkswagen/Divulgação

Apesar do fim da produção, a Volkswagen não pretende abandonar completamente o complexo de Dresden.

A montadora planeja transformar o local em um centro de pesquisa e desenvolvimento, em parceria com a Universidade Técnica de Dresden, com foco em áreas como inteligência artificial, robótica e tecnologias para a indústria automotiva do futuro.

Parte do espaço também deve ser mantida como área de exposição, entrega de veículos e atração institucional, preservando o vínculo histórico da marca com a cidade.

O fechamento da fábrica na Alemanha reforça um movimento mais amplo de transformação da indústria automotiva global.

Fabricantes tradicionais enfrentam o desafio de equilibrar investimentos em novas tecnologias, como eletrificação e software, com a necessidade de manter rentabilidade em um mercado cada vez mais competitivo.

No caso da Volkswagen, a decisão de encerrar a produção em Dresden é simbólica, mas deixa claro que nem mesmo as montadoras mais tradicionais estão imunes às mudanças profundas que atingem o setor.

Para o mercado europeu, o anúncio acende um alerta sobre o futuro da produção automotiva no continente, pressionada por custos elevados, concorrência asiática e incertezas na transição energética.

Já para a Volkswagen, o movimento representa uma tentativa de ajustar sua estrutura industrial à nova realidade do mercado global, ainda que isso envolva decisões históricas e politicamente sensíveis em seu país de origem.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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