Ascensão das gigantes chinesas e queda das tradicionais: quem dominou o mercado em 2025?
Como marcas impulsionaram o crescimento e redefiniram o cenário das vendas de veículos em 2025

Caros leitores, digníssimas leitoras, se na semana passada a gente mostrou que as vendas de automóveis novos floparam neste ano (aqui), um dos pontos que investigamos foram as marcas responsáveis por isso.
Na verdade: a regra é clara “Arnaldo”! Se alguém se deu mal neste ano, teve gente que se deu bem.
No acumulado deste ano (até o dia 10/12), o mercado automotivo registrava evolução anual de 1,8% (e caindo).
Neste ano, temos 10 marcas (de volume) que estão crescendo bem acima do mercado.
Na real, estas 10 marcas estão com crescimento médio de 16%, ou quase 10 vezes mais que a média do mercado.
E quais são as marcas que se destacaram?
Bom... neste nosso TOP 10, temos, pela ordem: BYD; GWM; MITSUBISHI; CAOA-CHERY; CITROEN; FORD; HONDA; VOLVO; VW e BMW.
Veja melhor no gráfico abaixo:

O grande destaque deste ano é inteiramente chinês.
A BYD com crescimento nas vendas superior a 45% é o destaque. Com um forte conceito de ampliação de pontos de vendas (nomeação de novas concessionárias), aliado a uma forte oferta de produtos bons, com preços acessíveis e uma política comercial agressiva, ela será a marca que mais crescerá em 2025.
A montadora saiu de um market share de 3% (2024) para quase 4,4% neste ano.
Ainda como destaque temos outras duas chinesas: a GMW e a CAOA-Chery. No caso da marca do grupo CAOA ela já está bem abrasileirada, mesmo assim, não deixa de ser uma marca chinesa.
O que notamos é que as marcas chinesas continuarão a serem destaques no próximo ano.
Ainda no nosso TOP 10, temos gratas surpresas. A Mitsubishi como a terceira marca de maior crescimento, mostrando que o Eduardo Souza Ramos veio acertando a mão nós últimos anos.
Depois de muito sofrer nos anos anteriores, temos uma Citroen surfando no sucesso do seu SUV Basalt. A Ford mostrando (mais uma vez) que a melhor decisão que eles fizeram (nas últimas décadas) foi ter diminuído de tamanho e preferido trabalhar com produtos top, importados, de alto valor agregado do que ficar sofrendo com a sua produção fabril.
Volvo e BMW nem entram na conta, pois marcas de luxo – praticamente – são imunes a crise (falaremos sobre isso no próximo texto).
E, por fim, Honda e VW mostrando o impacto que dois bons lançamentos (WR-V e Tera, respectivamente) fazem toda a diferença.
A menção honrosa foi o aglomerado que fizermos dos “OUTROS”. As outras marcas estão com evolução de quase 35%. E o que temos neste volume de “OUTROS”?
Um monte de marca chinesa!
Temos a OMODA-JAECOO; GAC; LEAPMOTORS entre outras que estrearam no mercado tupiniquim neste ano.
Estas 10 marcas representam 38% do mercado. Uma alta de quase 5 pontos percentuais sobre o ano passado quando elas tinham pouca coisa mais do que 33% de share.
Se falamos de marcas que estão com crescimento nas vendas, quem é que está afundando o mercado?
Bom... listamos aqui as 9 marcas que estão com piores desempenho:

Aqui, inicialmente temos a Fiat que está lá no limite. Eles estão naquela dúvida se vai crescer este ano ou não...
Em resumo... ela tem até o final do ano para resolver o seu dilema. Mas como só ela é 1/5 do mercado, esse crescimento limítrofe com a média do mercado já é um bom resultado.
Marcas como Jeep, Renault, Hyundai e Nissan foram as que mais sofreram com a invasão chinesa. O que mais chama a nossa atenção (de forma preocupante) é a retração nas vendas da GM (quase 13%) sem esboçar qualquer tipo de “reviravolta” no curto prazo. Ou seja, a marca irá definhar um pouco mais em 2026.
Outra que registra queda de quase 20% é a Peugeot. Parece que o rugido do leãozinho da Peugeot virou um “ronronar” de um gatinho.
Em resumo, a Peugeot virou aquele filho do meio que ninguém dá a devida atenção. Num grupo (Stellantis) que tem no seu portifólio: Fiat; Jeep; Ram; Citroen e Peugeot; ela literalmente rodou! E, para piorar, agora que chegou a caçula do grupo (LEAPMOTORS) será complicado a marca voltar ao seu apogeu, como ela viveu no início dos anos 2000.
Para finalizarmos, registra-se a retração fortíssima da Toyota em 16%.
Na real, neste ano, a Toyota entendeu perfeitamente o poema do Carlos Drummond de Andrade:
“..No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra...”
A marca que se preparava para ter “o ano de vendas” viu uma pedra acabar com os seus anseios...
O forte temporal (com granizo) que atingiu a fábrica fez com que houvesse uma parada forçada na produção de veículos e o seu novo lançamento (Yaris Cross) teve um atraso de lançamento de quase 1 ano.
É... a Toyota “...nunca esquecerá desse acontecimento...”
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