No 1º mês cheio de IPI reduzido, vendas despencam e comprometem o resultado do ano
Mesmo com IPI menor, vendas de carro não reagem

Caros leitores, digníssimas leitoras: encerrado o mês do “desgosto”, percebemos que 2025 deverá ser mais um ano sofrido para o setor automotivo.
Em agosto deste ano, tivemos 214,3 mil veículos vendidos, o que representou uma queda de 6,8% sobre o mês de julho, quando vendemos quase 230 mil carros. Se compararmos o atual resultado, sobre o mesmo período do ano passado, registramos queda de 4%, onde em agosto de 2024, tivemos comercialização de 223,2 mil unidades.
No acumulado deste ano, temos 1,58 milhão de unidades vendidas contra 1,53 milhão sobre o mesmo período do ano passado, ligeira alta de 3,2%.
Mas o mês de agosto, trouxe um panorama meio “desgostoso” para o resto do ano...
Havia uma certa esperança para o setor automotivo de como seria o mercado neste primeiro mês cheio, onde passou a vigorar um IPI mais baixo para os chamados “carros verdes”.
E o mês de agosto, falhou miseravelmente neste quesito!
Vamos ao agravante:
Em julho, no meio do mês tivemos a medida (redução do IPI) implementada; consequentemente, neste período, as fábricas adequaram a sua produção e sistema (diminuindo o fluxo normal de vendas); boa parte dos consumidores retardaram a compra do veículo em julho para realizar em um período posterior com maior benefício. E qual foi o resultado no primeiro mês com tudo isso “normalizado”?
Quando fazemos um recorte dos carros mais beneficiados por esta medida (os chamados Hatch Pequeno), verificamos que no mês de agosto, a venda deste nicho de veículos cresceu apenas 0,3%.
C-A-R-A-M-B-O-L-A-S!
Fizemos um mega malabarismo para o setor crescer só 0,3%.

Vocês devem pensar que o estagiário aqui é muito pessimista/agourento... longe disso! Só seguimos a filosofia “rodriguiana” de ser, mostrando apenas: a vida como ela é!
A nossa angústia é que o último quartil do ano passado veio num ritmo SUPER forte! E dificilmente deveremos repetir o mesmo resultado neste ano.
Sente o drama:

A venda média no último quartil do ano passado foi de 240 mil veículos/mês. Para fecharmos este ano no zero-a-zero, deveríamos ter uma venda média de 228 mil veículos/mês.
É possível de fazer?
Sim, claro!
Vai acontecer?
Lógico que não!
O que mudou em um ano?
A taxa básica de juros (SELIC) aumentou em mais de 30%. O ritmo da atividade econômica (comparado com o primeiro semestre do ano) desacelerou acentuadamente e, devemos lembrar, que: NÃO EXISTE ALMOÇO DE GRAÇA!
Se o (des)governo anunciou com pompas toda essa desoneração tributária (redução de IPI) para o “carro verde”, devemos lembrar que para todos os demais veículos HAVERÁ AUMENTO TRIBUTÁRIO (aumento de imposto) daqui a uns 50 dias.
Resumindo para você, caro leitor: imagine um cenário onde: a taxa básica de juros aumentou mais de 30%; a atividade econômica vem desacelerando ao longo do ano; haverá aumento substancial no preço dos veículos (motivado pela sanha arrecadatória do governo).
Você acha que teremos aumento nas vendas de veículos este ano?
E aí? O que achou? Dúvidas me mande um e-mail aqui. Ou me siga lá no INSTAGRAN ou no LINKEDIN, onde eu sou menos perdido...
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