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Setor automotivo em 2025: o ano em que as vendas floparam

Retrospectiva e análise dos altos e baixos do mercado de veículos

Blog do Galante|Raphael GalanteOpens in new window

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Venda de veículos deve fechar o ano em apenas 1,3% de alta André Lessa/Estadão Conteúdo - 21.10.2011

Caros leitores, digníssimas leitoras: entramos na reta final do ano e chegamos naquela época que, além de montarmos a árvore de Natal, sempre fazemos aquela retrospectiva do ano que passou.

No nosso caso, vamos tratar aqui (e nas próximas semanas até o final do ano) de quem se deu bem e se deu mal, no setor automotivo.


Para iniciarmos o nosso primeiro texto, vamos falar do desempenho do setor automotivo.

Neste ano, as vendas de veículos novos foram um fiasco - ou seja, o mercado “flopou”!


E olha que no meio do caminho tivemos benesses governamentais com subsídios ao chamado “carro sustentável”.

Vamos detalhar melhor!


Neste último mês, novembro, tivemos a venda de 226,5 mil veículos, o que representou uma retração de 8,5% sobre o mês de outubro (247,7 mil unidades) e queda de 6,1% sobre o mês de novembro de 2024, quando comercializamos 241,1 mil carros, naquele mês.

No acumulado do ano, temos 2,281 milhões de unidade vendidas contra 2,243 milhões sobre o período de janeiro a novembro de 2024, alta de 1,67%.


O ponto aqui é que o mercado automotivo “flopou” no segundo semestre deste ano.

E, por ironia do destino, essa derrocada deu-se logo após o anúncio das benesses do governo através do programa “carro Sustentável”.

A “flopada” do setor foi feia; pois grande parte das empresas de consultoria; entidades de classe; montadoras projetaram crescimento do mercado na casa de 6% a 8% neste ano e, no frigir dos ovos, vamos (com sorte) fechar o ano com crescimento próximo a 1,3%.

Termos que levar em consideração que as vendas vinham “reagindo” bem no primeiro semestre do ano. Neste período, tivemos meses com crescimento nas vendas de 17%; 14%; 12%, o que justificou em grande parte a euforia do setor.

Variação nas vendas de veículos

Quando a gente verifica a evolução do setor, analisando o resultado acumulado do ano (gráfico abaixo), nota-se que o tivemos um segundo semestre para esquecer!

Variação Acumulada nas vendas

Mas o que justifica esse resultado pífio?

O primeiro, a base comparativa deste primeiro semestre sobre igual período do ano passado é muito frágil, por isso os fortes resultados em vendas.

O segundo ponto (e principal) é que a economia travou! E, com ela travada não existe mágica para fazer o resultado fluir!

O crescimento do PIB do Brasil em 2025 é projetado em cerca de 2,2%, com base em análises recentes do Ministério da Fazenda e do Ipea. Isso é uma desaceleração em relação ao ano anterior, influenciada pelo alto custo do crédito e outras incertezas globais.

Já o Banco Central do Brasil nos mostrou a realidade um pouco mais nua e crua!

No meio de novembro, o Bacen informou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é tipo a “prévia” do PIB, registrou queda de 0,9% no terceiro trimestre deste ano.

Esse resultado apontado pelo Bacen mostra a primeira contração da economia trimestral em dois anos.

Além disso, como já falamos, o principal motor do setor é o crédito (assim como em toda atividade econômica).

Não podemos afirmar que o crédito sumiu... Digamos que ele: “está brincando de esconde-esconde, e é bom nisso!”.

Essa flopada do setor neste fim de ano, seguirá esta tônica para o próximo ano. Melhora no crédito (com reflexo para o setor) só no último trimestre do ano que vem.

Melhora na atividade econômica? Se esse ano o crescimento do PIB será de 2,2%, para 2026, o pessoal está projetando crescimento entre 1,6% e 1,8%. Tirando as regiões onde o Agro é forte, o resto vai passar o ano chutando latinha!

Neste ano, o mercado deverá fechar o ano com 2,52 milhões de unidade vendidas. Para 2026 teremos um mercado próximo de 2,57 milhões de unidades. Ou seja, será mais um ano, onde o setor andará de lado.

Apenas como fato comparativo, no ano de 2019 (antes da Pandemia) tivemos um mercado na casa de 2,66 milhões de unidades. Ou seja, ainda não conseguimos voltar ao patamar “pré-pandemia”.

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