Venda de motos no Brasil já é maior que a de carros
Preferência do brasileiro muda: agora a maioria compra veículo de duas rodas
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Caros leitores, digníssimas leitoras: quando se fala sobre o mercado automotivo, o foco central sempre é a venda de automóveis - e quase ninguém dá a devida profundidade para os outros segmentos que compõem o mercado, como, por exemplo, a indústria de motos.
Se as vendas de automóveis ainda não conseguiram se recuperar do efeito da pandemia de Covid-19, o setor do duas rodas registra crescimento nas vendas no melhor estilo Buzz Lightyear: “Ao infinito e além!”.
Neste ano, a indústria de duas rodas deverá encerar o ciclo, segundo projeções feitas pelas principais entidades, com crescimento próximo a 12% (o que não vai acontecer... será bem mais!). Já no mercado de quatro rodas, pelas mesmas entidades, a projeção é de um crescimento próximo a 4% (o que TAMBÉM não vai acontecer... será bem menos, veja aqui).
Mas, o que é o “mais-melhor-de-bom” é que esse não é um crescimento pontual: é o quinto ano consecutivo de crescimento nas vendas.
Lembra que no começo do texto falamos que o pessoal de quatro rodas ainda não se recuperou da pandemia? Então... As vendas de automóveis deste ano deverão encerrar com volume de quase 11% abaixo do que registramos no ano de 2019, ano antes da pandemia.
E o setor de motos? Dobrou de tamanho, se comparado com o ano de 2019. Sente o drama:

É interessante notar aqui que, neste ano, pela primeira vez na história da indústria automobilística, teremos a venda de mais motocicletas do que de automóveis.
No gráfico acima colocamos ao longo do tempo a razão entre a venda de motocicletas e de automóveis. Perceba que no ano de 2019, para cada 100 automóveis novos vendidos, havia a comercialização de 48 motocicletas.
Já em 2025, para cada 100 automóveis novos vendidos, haverá a comercialização de 104 motocicletas.
Existem “n” variáveis que explicam esse crescimento estrondoso do setor de motocicletas, e iremos elencar alguns:
- A ascensão de profissões como mototáxi; moto-frete (para entregas do tipo Ifood; UberEats e afins);
- O processo de autofinanciamento (através do Sistema de Consórcios) é outro ponto-chave (talvez o mais importante) para o crescimento contínuo do setor;
- O empobrecimento da população como um todo, na última década, fez com que houvesse a migração do consumidor de automóveis para motocicletas, em resumo, rolou um downgrade.
E, antes que o pessoal venha achincalhar o estagiário, sim, a última década foi mais uma das chamadas “décadas perdidas” que o Brasil – de tempos em tempos – acaba revivendo:

Mas, quando falamos em encerrar o ano vendendo mais motos do que autos, não é uma projeção, já é um fato!
A projeção aponta a razão de 1:1,04. Na prática, com os dados até agosto, essa razão se encontra na casa de 1:1,14.
E outro ponto importante é que estamos falando de Brasil. E, dentro do Brasil, existem vários Brasis. Essa razão é a realidade do mercado total. Mas, quando falamos por estado, a realidade é outra.
Vamos destrinchar os dados estaduais.
Das 27 unidades da federação; apenas 5 conseguem vender mais carros do que motocicletas. Estados com alto poder aquisitivo/renda como São Paulo e Distrito Federal estão neste seleto grupo com razões de 1:0,69 e 1:0,43, respectivamente.
Outros dois estados com alto poder aquisitivo/renda aliado a um clima mais frio (o que não é um fator convidativo para se ter uma motocicleta), como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, vendem mais automóveis do que motocicletas, numa razão de 1:0,64 e 1:0,39 respectivamente.
E o estado onde mais se vende carro do que motocicletas (por causa das locadoras) é Minas Gerais, com uma razão de 1:0,39. Mas, aqui, as locadoras distorcem os dados... Mas é o que temos para hoje.
Se esse é o nosso TOP5 de melhores performances na venda de autos, o nosso TOP5 de melhores performance na venda de motos são os estados do Pará, Maranhão, Piauí, Acre e Amapá. Na média, os cinco estados agrupados possuem razão de 1:4,5. Ou seja, para cada 100 automóveis vendidos, eles vendem 450 motocicletas.
Motivos para esse crescimento? Basicamente é o oposto do que falamos. Estados onde a população em geral possui baixo poder aquisitivo/renda; um clima mais favorável; infraestrutura precária (para uso do automóvel e “menos ruim” para o uso da moto); entre outros.
A distribuição da razão da venda de autos e motos por estado é essa aqui:

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