Turistas contestam indonésios e acusam resgate de forjar vídeo de brasileira que caiu em vulcão
Brasileiros desmentem informação de que publicitária Juliana Marins, sumida há mais de 40 horas, foi encontrada e organizam força-tarefa
Um grupo de brasileiros que vive ou está a turismo na Indonésia se mobilizou para cobrar as autoridades locais a fim de intensificar as buscas e descobrir o paradeiro de Juliana Marins, de 26 anos.
A publicitária e mochileira de Niterói (RJ) está desaparecida há mais de 40 horas após cair numa trilha do vulcão do Monte Rinjani, na ilha de Lombok, no sudoeste do arquipélago asiático.
O acidente ocorreu às 19h (horário de Brasília) da última sexta-feira (19).
A nômade digital e viajante Carolina Coentro, que vive em Lombok, na Indonésia, afirmou que está em contato com a família e que conversou com as equipes de resgate.
“A única informação que a gente tinha é que a Juliana tinha sido vista às 17h30, por vídeo feito por drone, e depois disso a gente não viu mais ela. Quando deu meia-noite de ontem [sábado], meio-dia no Brasil, a gente recebeu a notícia de que Juliana tinha sido vista, e que estava recebendo alimentos, comida. Mandaram para a gente um vídeo de resgate, que a gente acreditou que era real, mas não existiu. A Indonésia contou uma mentira para a Embaixada Brasileira, e a gente acabou acreditando. A Juliana não foi vista até agora”, disse.
A turista, então, junto de outros brasileiros, cobrou a embaixada brasileira, que teria confirmado que se trata de uma notícia falsa enviada para eles.
“Agora, a gente segue sem nenhuma notícia dela. Juliana está desaparecida. As pessoas que estão lá têm uma corda de 150 metros, e Juliana está numa altura de mais de 500 metros para baixo. Ela nunca vai ser encontrada desse jeito”, completou.
Em outro vídeo, outra brasileira, que se identificou apenas como Julia e disse ser amiga da Juliana, resumiu os esforços de resgate da Indonésia como uma “sucessão de horrores”.
“Falaram que o resgate tinha chegado, e era mentira. De que o resgate estava a caminho e chegaria em poucas horas, e também era mentira. O regate demorou mais de 20 horas para chegar no local do acidente. O último absurdo é que a equipe de resgate forjou o vídeo em que entregavam suprimentos para a Juliana passar a noite. Também era mentira. Eles nunca encontraram a Juliana, que segue desaparecida na trilha em que se acidentou há 40 horas”, cobrou.
Um outro brasileiro, que não quis se identificar, informou que os turistas estão tentando montar um resgate particular porque notaram descaso do governo local. “Estão indo atrás de cordas, de drone, porque as autoridades locais estão negligenciando o resgate. Não querem fazer nada”, disse.
“Há o risco de a menina morrer. Hoje, é o segundo dia e não mandaram resgate. O risco de morte é altíssimo por desidratação. Não tem como beber água lá. Onde ela vai arrumar água?”, disse.
Até o agora, as autoridades brasileiras na Indonésia disseram que acompanham o caso. “A Embaixada em Jacarta está em contato com as autoridades locais sobre o caso desde cedo da manhã da Indonésia. O local é de difícil acesso, mas os indonésios estão empenhados no resgate. A embaixada segue acompanhando operação”, diz a nota oficial.
Brasileira que caiu no vulcão
A imprensa de Lombok, uma pequena ilha da Indonésia, informou que o resgate continua em andamento, mas o terreno íngreme e as condições climáticas dificultam a retirada.
Equipes de busca conseguiram alcançar a vítima com mantimentos, mas ainda não realizaram a evacuação, diz o portal TribunLombok.com.
Segundo autoridades locais, há indícios de que Juliana tenha se movido para outro ponto na tentativa de encontrar abrigo, o que levou os socorristas a ampliar a área de busca.
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