Assinatura de Javier Milei no livro do Congresso chama atenção por fugir do protocolo

Novo presidente da Argentina usou um palavrão no registro oficial ao escrever a frase que usa desde a campanha: 'Viva a liberdade'

10/12/2023 - 16h27 (Atualizado em 16/02/2024 - 00h57)

Javier Milei assumiu a Presidência da Argentina neste domingo (10). Como parte do protocolo da cerimônia de posse, o novo presidente e a vice-presidente, Victoria Villarruel, assinaram o livro oficial do Congresso Nacional argentino.

Uma foto obtida pelo Blog do Nolasco mostra que o político deixou seu registro e escreveu abaixo a frase que usou durante a campanha e até incluiu o palavrão.

O presidente da Argentina escreveu: "Viva a liberdade (...)" e na sequência usou uma palavra de baixo calão que faz referência ao órgão genital masculino.

No discurso da vitória em 19 de novembro, o então presidente eleito encerrou sua fala gritando essa mesma frase, para delírio dos eleitores, após derrotar Sergio Massa com ampla vantagem.

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Essa espécie de slogan de Milei também foi escrita na camiseta do Boca Juniors que foi dada ao presidente francês, Emmanuel Macron.

A vice-presidente seguiu o exemplo e foi além da assinatura, mas optou por escrever apenas: "Viva a Argentina".

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This handout picture released by the Paraguayan Presidency shows Paraguay's President Santiago Peña (L) posing next to Argentina's President-elect Javier Milei after giving him a "Poncho Para'i de 60 Listas" as a present during a bilateral meeting in Buenos Aires on December 9, 2023, on the eve of the swear-in ceremony. The "Poncho Para’i de 60 Listas" is a handmade garment from Paraguay consisting of three parts: the body, the fringes, and the fajita, or guard, and is part of UNESCO's intangible cultural heritage.

O economista libertário e ultraliberal de 53 anos assume, neste domingo (10), a Presidência decidido a dar um tratamento de choque para tirar o país da sua crônica crise financeira. Para isso, Milei precisará do apoio da oposição

Avesso à política tradicional, à qual se refere como "a casta", Milei fará o juramento diante do Parlamento, como manda a tradição, mas pronunciará um discurso aos cidadãos, os quais conclamou a comparecer com bandeiras em frente ao Congresso

A data da posse de Milei marca os 40 anos da última ditadura militar na Argentina, que começou em 1976 e terminou com a posse do presidente Raúl Alfonsín, em 10 de dezembro de 1983

A posse de Milei contará com a presença de vários líderes da América Latina, como o chileno Gabriel Boric e o paraguaio Santiago Peña, e europeus, como o ucraniano Volodmir Zelensky e o húngaro Viktor Orbán, além do rei da Espanha, Filipe VI. "Esperamos que tenha sorte, que vá bem, que deixem ele trabalhar, isso é o mais importante. Recebe um país arruinado, nas últimas", afirmou Raúl Serenga, aposentado de 72 anos

Terceira economia da América Latina, a Argentina registra uma inflação de mais de 140% ao ano e uma taxa de pobreza superior a 40%

Para enfrentar essa crise, Milei prometeu medidas drásticas, como corte do gasto público, redução do Estado e estímulo ao modelo liberal em um país acostumado, há anos, com subsídios do governo e déficit fiscal

"Se Milei cumprir 50% do que prometeu, já vamos estar mudando muito nosso futuro", opinou Franco Propato, um vendedor de motos de 23 anos que está disposto a dar tempo ao novo líder "porque a política que temos faz 40 anos nos deixou uma bagunça muito grande e, de um dia para outro, não será possível consertar", completou

O partido de direita e ultraliberal Libertad Avanza, de Milei, é apenas a terceira minoria no Congresso, o que obriga o presidente eleito a se acertar com as demais forças políticas para fazer avançar as várias reformas que propôs

Milei enfrentará provas de fogo pela frente. O novo presidente terá liberdade para decidir sobre planos para conter a desvalorização do peso e tomará algumas medidas para reduzir o gasto público. A dolarização, um dos temas centrais da campanha, ficou em suspenso, à espera dos primeiros resultados do planejamento econômico

Dos 18 ministérios atuais de Alberto Fernández, Milei já avisou que os reduzirá à metade. Ainda que tenha advertido que provavelmente a inflação alta persistirá durante os primeiros meses de governo, Milei garantiu que manterá a assistência social para os mais pobres

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