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Caciques do MDB querem rifar Simone Tebet, por bancada forte em 2023

“Não dá pra brincar de ter candidato com 2% dos votos e o partido pagar a conta”, dizem líderes emedebistas

Christina Lemos|Do R7

A senadora Simone Tebet (MDB-MS): articula chapa única da terceira via.
A senadora Simone Tebet (MDB-MS): articula chapa única da terceira via.

Líderes históricos do MDB, que ainda exercem importante influência no Norte e Nordeste, querem aplicar os R$ 300 milhões do fundo partidário a que a legenda tem direito para bancar a eleição de parlamentares. A ideia é resgatar, a partir de 2023, o poder de influência que o partido teve por duas décadas, no período anterior à operação Lava Jato, que culminou com a derrocada de vários caciques e com a redução para um terço do tamanho da bancada de deputados federais. A meta é eleger pelo menos 50 deputados e voltar à posição de fiel da balança no próximo mandato presidencial. 

“Não dá pra brincar de ter candidato com 2% dos votos e o partido pagar a conta”, declara o senador Renan Calheiros (AL), um dos que assume abertamente a divergência quanto à candidatura da senadora Simone Tebet (MS), lançada em dezembro de 2021, embalada pelo sucesso da parlamentar na CPI da Pandemia. Tebet mantém posição pública de que não aceita ser vice numa chapa presidencial. A decisão sobre chapa única para os concorrentes da terceira via está prevista para 18 de maio. 

O grupo de dissidentes no MDB reúne os principais caciques da política de estados do Norte e Nordeste, sinalizando para um racha interno na legenda dentro de no máximo três meses. As articulações, discretas até o início do mês, foram escancaradas esta semana, com a aproximação explícita ao candidato petista, o ex-presidente Lula. O movimento culminou com um jantar nesta segunda, em Brasília, na residência do ex-presidente do Congresso, Eunício Oliveira (CE), e com uma conversa entre o petista e o senador Sarney (MA). 

Para evitar o confronto direto com a senadora, que goza de boa imagem pública e é considerada um quadro importante para o MDB, inclusive promovendo “uma certa oxigenação” da legenda, os pemedebistas históricos preparam o desmonte da candidatura para o início de junho. Assim, dariam prazo de um mês para última checagem do desempenho da senadora – elemento crucial para pressionar o presidente da legenda, Baleia Rossi, avalista de Tebet.

Com convenção do partido marcada para o início do segundo semestre, a velha guarda do MDB quer chegar para o encontro com força total para barrar qualquer vôo presidencialista que não encontre respaldo nas pesquisas e que venha a exaurir os cofres do partido. O exemplo da candidatura de Henrique Meirelles em 2018 é frequentemente lembrado como desastroso. O ex-ministro da Fazenda teria usado o MDB como "legenda de aluguel" e obteve cerca de 1% dos votos – colaborando para o encolhimento do poder da legenda.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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