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Caixa afasta mais dois e reforça Corregedoria após escândalo

Nova presidente, Daniella Marques, fundiu diretorias, criou outras e desvinculou da presidência o órgão fiscalizador do banco

Christina Lemos|Do R7

Daniella Marques, da CEF: esforço para executar a 'resposta cabal' ao escândalo de assédio
Daniella Marques, da CEF: esforço para executar a 'resposta cabal' ao escândalo de assédio

Três semanas após o escândalo de assédio sexual que retirou do comando da Caixa Econômica Federal um dos principais auxiliares do presidente Bolsonaro (PL), Pedro Guimarães, a instituição continua em processo de reforma de sua cúpula e de procedimentos internos. Sob o comando da nova presidene, Daniella Marques, nesta terça-feira (19), por meio de comunicado batizado de “fato relevante”, a CEF anunciou o afastamento de mais dois diretores e o reforço à controladoria da instituição.

Na esteira da ampla troca de dirigentes da gestão de Pedro Guimarães, que pode chegar a 20 funcionários em cargo de confiança, foram afastados desta vez Camila de Freitas Aichinger, vice-presidente da Rede de Varejo, e Antônio Carlos Ferreira de Sousa, vice-presidente de Logística e Operações – ambos cargos do Conselho de Administração do banco, que “voltam a compor o quadro de empregados da Caixa”, de acordo com a nota.

A mudança operacional mais importante e que visa ao saneamento de práticas internas foi a retirada do principal órgão fiscalizador da instituição da alçada da presidência do banco. A Corregedoria e suas unidades vinculadas passam, agora, a ser subordinadas ao Conselho de Administração. O objetivo declarado é “reforçar a autonomia e isonomia da atuação da Corregedoria Caixa”, conforme o comunicado. 

Marques indicou para a vice-presidência de Gestão Corporativa uma mulher – atitude vista, internamente, como simbólica. Trata-se de Danielle Calazans, funcionária de carreira da Caixa e especialista em governança. Júlio César Volpp Sierra assume a vice-presidência da Rede de Varejo. Ambos já passaram pela aprovação do Conselho de Administração. As mudanças compõem a promessa de "resposta cabal" ao caso de assédio, após a escolha de Daniella Marques, ex-auxiliar do ministro da Economia, Paulo Guedes.


A Caixa Econômica Federal mergulhou numa crise depois que se tornou pública, em 28 de junho, investigação que apurava denúncias de assédio sexual contra seu então presidente, Pedro Guimarães, alvo de queixas, inicialmente de cinco servidoras da instituição. Em apenas de 24 horas, o dirigente, que chegou a ser cotado para vice de Bolsonaro, entregou o cargo. Outros altos funcionários do banco também foram afastados em seguida, como Celso Leonardo Barbosa, vice-presidente de Atacado.

As denúncias contra Guimarães acusam o ex-presidente da Caixa de comportamento verbal abusivo, toques íntimos não autorizados e insinuação sexual. Em 5 de julho, o executivo publicou artigo em que nega as acusações e se queixa de sofrer um “massacre insano”. O caso segue sob apuração do Ministério Público do Trabalho.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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