Campeã absoluta, Santa Catarina tem o triplo de bloqueios de estradas
Estado chegou a ter 40 interdições completas de rodovias, até o início da noite de ontem. Auge do movimento alcançou 421 pontos afetados no país, segundo PRF
Christina Lemos|Do R7
Investigação determinada pelo Judiciário Federal vai apurar a participação de operadores da mobilização de caminhoneiros a partir de Santa Catarina, inclusive do setor patronal, no movimento. Conforme aponta balanço da Polícia Rodoviária Federal, o estado teve mais que o triplo da média de bloqueios totais de rodovias que as demais unidades da Federação.
No início da noite de terça-feira, quando o movimento, iniciado no domingo, alcançou praticamente todo o país e começou a ser enfrentado por várias forças de segurança, por determinação do STF, Santa Catarina tinha 40 bloqueios totais de estradas, contra uma média inferior a 8, nos demais estados. No auge da manifestação, a PRF registrou 421 pontos com alguma obstrução em todo o país.
O segundo colocado no ranking de bloqueios foi Mato Grosso, com 28 registros, seguido de Minas Gerais, com 20, Paraná, com 19, e Mato Grosso do Sul, com 16. As regiões, além de representarem polos da produção agrícola e pecuária transportada por caminhões, também são colégios eleitorais que reúnem os maiores grupos de apoiadores de Bolsonaro. O protesto tem como motivação declarada o repúdio ao resultado das urnas neste segundo turno, em que o presidente saiu derrotado.
Entre os focos da apuração determinada pelo Supremo está a possibilidade de financiamento da paralisação por parte de empresários. Alguns deixaram registrados em vídeo a indignação com o resultado eleitoral, o estímulo à revolta da categoria e até o método de mobilização dos caminhoneiros. Um deles é Emílio Dalçóquio Neto, proprietário de uma das maiores transportadoras de combustíveis de Santa Catarina, com uma frota de mais de 600 caminhões, como antecipou o blog na noite do domingo.
O blog apurou que entre as etapas da apuração sobre agentes que atuaram na organização do movimento está a apresentação dos resultados ao STF para a inclusão dos possíveis financiadores do protesto no inquérito que apura os chamados "atos antidemocráticos", instaurado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no dia 7 de setembro do ano passado.
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