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Com Bolsonaro, PL espera turbinar bancada e acesso a fundos políticos

Presidente volta a uma legenda do Centrão, após 2 anos sem partido. Cofres do PL devem chegar a cerca de R$ 200 milhões em 2022

Christina Lemos|Do R7

Jair Bolsonaro na cerimônia de filiação ao PL ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do partido
Jair Bolsonaro na cerimônia de filiação ao PL ao lado de Valdemar Costa Neto, presidente do partido

A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL (Partido Liberal), nesta terça-feira (30), tem potencial para alterar profundamente o cenário pré-eleitoral e projeta efeitos sobre a correlação de forças políticas no Congresso em 2022. Segundo cálculos de dirigentes do PL, que também passará a abrigar a candidatura de Bolsonaro à reeleição, a tacada permitirá à legenda ampliar sua participação nos dois fundos que financiam a atividade política – o eleitoral e o partidário – para cerca de R$ 200 milhões no ano que vem.

A depender do sucesso da empreitada, o resultado eleitoral da entrada de Bolsonaro na sigla, somado à migração de parlamentares para o PL, deve alavancar a bancada de deputados federais do PL dos atuais 43 representantes para até 65. Esse ganho de musculatura política, se confirmado, projetará o partido de Valdemar Costa Neto a uma condição inédita de poder: pela primeira vez, o PL passa a reunir condições de disputar a presidência da Câmara, o que retira o PP de Arthur Lira da zona de conforto. Até o momento, as duas legendas agem em aliança pela governabilidade. 

Uma vez confirmado esse cenário, o PL vira também uma espécie de fiel da balança nas decisões do Legislativo, isto é, sem votos dos liberais, dificilmente se aprova um projeto em plenário – papel semelhante ao exercido pelo antigo PMDB durante mais de 20 anos.

O ato de filiação, ao qual comparecerá expressiva parcela de comandantes das alas de direita e centro-direita, representa a conclusão do movimento de retorno de Bolsonaro ao espectro político ao qual esteve vinculado por décadas de sua atividade parlamentar. O presidente também abandona em definitivo o discurso que o levou ao Planalto, marcado por ataques duros ao estilo fisiológico de fazer política, baseado em acordos e trocas de favores, carimbados à época com o rótulo de “velha política”e típico das legendas médias que formam o Centrão.

Jair Bolsonaro na cerimônia de filiação ao PL
Jair Bolsonaro na cerimônia de filiação ao PL

No decorrer dos quase três anos de governo, após sucessivas crises que culminaram com o confronto entre Planalto e STF, e com o consequente risco institucional, o apoio oferecido pelas alas ideológica e militar mostrou-se insuficiente para garantir a governabilidade. Bolsonaro buscou, então, nos parlamentares do Centrão a sustentação política necessária – vínculo que a partir de hoje se torna formal com a assinatura da ficha de filiação ao PL.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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