Com petróleo acima de US$ 100, gasolina irá para R$ 8,00 o litro
Reflexo mais sensível do conflito entre Rússia e Ucrânia, impacto na inflação é inevitável. Área econômica avalia cenário
Christina Lemos|Do R7
Cálculos frenéticos – a quinta-feira em Brasília é de nervosismo, principalmente entre integrantes da equipe econômica, após a deflagração do conflito bélico entre Rússia e Ucrânia. Várias possibilidades de reflexos sobre a estabilidade financeira do Brasil estão sendo avaliadas com preocupação. A primeira delas é o impacto da escalada do preço do petróleo sobre a inflação.
Os primeiros cálculos dão conta de que o preço da gasolina pode dobrar, a depender da alta súbita do preço do petróleo no mercado internacional. Se for mantido, mesmo que por curto período, o patamar de US$ 100 o barril, a estimativa é que o litro da gasolina salte para perto de R$ 8,00 na bomba. Os cálculos acenderam as luzes de alerta no governo, que pode preparar medida para conter o preço de outro combustível com impacto direto sobre a inflação: o diesel.
A guerra no Leste Europeu ocorre no momento em que o Brasil tenta encontrar medida legislativa para amenizar o impacto das oscilações do preço do petróleo no mercado internacional sobre o valor final cobrado dos consumidores no país. A saída, no entanto, ainda não foi efetivada.
Nesta quinta-feira, foi divulgado o lucro da Petrobras em 2021. A empresa, saneada após longo período de perdas e envolvimento em escândalos de corrupção, anunciou um lucro de R$ 106 bilhões no ano passado.
Não há previsão de que a estatal adote qualquer mudança na sua política de preços, que permitiu o resultado favorável e garante à empresa condições de competir no cenário internacional. A Petrobras é presidida hoje pelo general Luna e Silva, indicação direta do presidente Bolsonaro, após longo desgaste do gestor anterior, Roberto Castello Branco, justamente envolvendo a questão do preço dos combustíveis.
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