Covid: secretários de Saúde pedem “mais rigor” nas restrições
Gestores estaduais defendem "toque de recolher" em todo país e criticam “ausência de condução nacional” em cenário de emergência sanitária
Christina Lemos|Do R7
Em sintonia com nota oficial divulgada nesta segunda-feira (1º) e assinada por 17 dos 27 governadores, os secretários estaduais de Saúde, reunidos no Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde, a "adoção imediata de medidas para evitar o iminente colapso nacional das redes pública e privada de saúde", inclusive de um "toque de recolher nacional".
Em carta endereçada à população brasileira, o conselho enumera uma série de atitudes, a começar pelo endurecimento das regras para atividades não essenciais, "incluindo a restrição em nível máximo nas regiões com ocupação de leitos acima de 85% e tendência de elevação no número de casos e óbitos".
Entre os pedidos, está proibir eventos presenciais como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional; suspender atividades presenciais de todos os níveis da educação do país; e adotar um toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana.
Os secretários também cobram o fechamento das praias e bares; implantação do trabalho remoto nos setores público e privado sempre que possível; criação de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e de rodoviárias; e ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.
A carta, assinada pelo presidente do Conass, Carlos Lula, também pede um Plano Nacional de Comunicação para "reforçar a importância das medidas de prevenção e esclarecer a população", a compra de todas as vacinas possíveis e a implantação de um plano de recuperação econômica, com repasse imediato do auxílio emergencial.
Na última quinta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu por mais de 6 horas com o Conass e Conasems para alinhamento da campanha de vacinação. Mas o agravamento da pandemia dos últimos dias e a falta de uma mudança na resposta federal à nova realidade voltou a agravar as relações entre gestores estaduais e o comando do Ministério da Saúde.
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