CPI e denúncias causam baixas no Ministério da Saúde
Servidores em cargos chaves na gestão da pandemia são afastados ou anunciam saída. Quebras de sigilo assustam também ex-dirigentes
Christina Lemos|Do R7
O ministro Marcelo Queiroga tem um problema adicional pela frente: acalmar o corpo técnico de sua pasta e substituir os que já avaliam sair de posições de comando. Após a exoneração de Robero Dias, da Diretoria de Logística, agora Francieli Fontana, da Coordenação Nacional do Programa de Imunizações, entregou o cargo de confiança. O blog apurou que Queiroga tenta reverter a decisão.
Dias virou alvo da CPI, após denúncias de que seu setor negociava a majoração do preço de vacinas supostamente como propina. O denunciante do caso é ouvido pelos senadores nesta quinta-feira. A exoneração do diretor no dia seguinte à denúncias soou, entre opositores e independentes na CPI, como presunção de que as irregularidade podem ter ocorrido.
![Francieli Fontana entregou o cargo de confiança](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/7GIQ2SBFU5LRDHA3PEA2LU4NYQ.jpg?auth=d912552194945b246d81a3200f66160bcff1645754c34fea69a5ce34e47e7bfc&width=799&height=533)
Francieli Fontana entregou o cargo de confiança após não conseguir reverter a decisão da CPI de quebra de seus sigilos. Orientada por advogados, a servidora fez a opção em caráter pessoal de sair da função, estratégica para a pasta.
A devassa de dados imposta pela CPI afeta atuais e ex-dirigentes da Saúde. O ex-ministro Eduardo Pazuello teve seus sigilos quebrados nesta terça. General da ativa, a situação de Pazuello é fonte de permanente apreensão nos meios militares.
O ambiente de tensão nos postos de comando do ministério se dá em função, por exemplo, do acesso dos senadores à troca de mensagens por celular e e-mails, num ambiente conflagrado pela disputa política e diante da perspectiva de prorrogação da CPI por mais 3 meses, a partir de agosto.
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