A tarde de turbilhão no ninho tucano se intensifica no correr das horas, na contagem regressiva para a entrevista, às 16h, do governador de São Paulo, João Doria, que ameaça desistir de se candidatar à Presidência e até mesmo deixar o PSDB. A carta assinada pelo presidente do partido, Bruno Araújo, que reafirma a validade do resultado das prévias do PSDB, em que Doria foi escolhido candidato, vencendo Eduardo Leite, não obteve o resultado esperado, de acalmar a revoada tucana.
“É meramente protocolar. O que estamos afirmando é que, se ele quiser sair, o PSDB continuará seu papel protagonista para fazer frente à polarização entre Bolsonaro e Lula”, declara cacique da ala adversária do governador de São Paulo. “O problema é que Doria tem tudo, menos voto”, ressalta, mencionando que o desempenho do pré-candidato nas pesquisas, com 2% das intenções de voto, está aquém do de nanicos como André Janones, do Avante, que teria 3%.
Não está descartada uma articulação de Bruno Araújo para que Doria permaneça no Palácio dos Bandeirantes, inclusive como candidato à reeleição, numa composição de chapa com Rodrigo Garcia como vice. A chamada “chapa repeteco” desencanta Garcia, cujo grupo se considera traído pelos movimentos do governador, uma vez que o acordo entre ambos era que Doria abrisse caminho para a candidatura do ex-democrata.
“O sentimento é de alívio, de que a pedra no caminho da terceira via foi removida”, diz apoiador de Leite, em alusão à reviravolta promovida por Doria.