“É mais fácil chegar do que ficar”, diz Bolsonaro, sobre presidência
Presidente faz novo movimento político para estabilizar gestão, a menos de 18 meses de encerrar o mandato e disputar reeleição
Christina Lemos|Do R7
Após a temporada de internação hospitalar, antecedida pelo pico de ataques ao comando da Justiça Eleitoral e a integrantes da CPI da Pandemia, o presidente Bolsonaro ensaia nova inflexão política: ampliar o suporte dos partidos do Centrão. A medida vem acompanhada de declarações mais moderadas e presença diária na mídia institucional, para explicar seus pontos de vista. “É mais fácil chegar do que ficar”, diz Bolsonaro, sobre manter-se na presidência da República.
A expectativa é de que o presidente mova peças de seu entorno político até esta sexta-feira, fazendo a mudança mais importante até aqui: trazer para seu núcleo palaciano - no caso, para a Casa Civil - um dos caciques do Centrão, o senador Ciro Nogueira, do Partido Progressista. A legenda encabeça hoje a aliança governista, após a eleição de Arthur Lira para a presidência da Câmara, com o apoio do Planalto. Se confirmada, a alteração ministerial sinaliza prioridade para as articulações com o Congresso, e pé no freio na retórica de confronto.
Com o movimento, Bolsonaro busca alavancar apoio no Centrão, que tem dissidentes e cuja fidelidade diminui a cada pesquisa indicando perda de popularidade do presidente. As legendas que compõem o Centrão são conhecidas pela volatilidade e baixa densidade ideológica, com mudanças brucas de posição política. O cenário de desgaste leva o presidente a ampliar sua dependência a este grupo.
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