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Efeito tarifaço: preços da carne, laranja e do café já sobem nos EUA

No Brasil, os mesmos itens indicam queda. Medo de retaliação barra reação nos EUA

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Nos EUA, tarifação de 50% sobre importações do Brasil já eleva os preços da carne (1,4%), laranja (4,4%) e café (2,2%).
  • O Brasil deve se beneficiar inicialmente com quedas nos preços: carne (-8,1%), laranja (-5%) e café (-4,2%).
  • Economistas pedem \"articulação diplomática\" para reverter tarifas que impactam a segurança alimentar dos EUA.
  • Os EUA são o segundo maior importador de carne, laranja e café do Brasil, com ênfase no afetado setor de suco de laranja.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Laranja mais cara como reflexo do tarifaço e inflação deve fazer o preço subir ainda mais CNA/Divulgação/Arquivo

Os números de julho, nos Estados Unidos, indicam que a promessa de 50% de taxação sobre itens importados do Brasil já impactam os preços de pelo menos três produtos no mercado americano: a carne (1,4%), a laranja (4,4%) e o café (2,2%) .

O movimento reflete o impacto do cancelamento de negócios e deve se agravar, com expectativa de reflexo sobre a inflação no país.


Levantamento do CEPEA, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo, também mostra que o mercado interno brasileiro pode inicialmente se beneficiar da situação, com o excesso destes itens, que devem levar tempo na busca de outros mercados.

Cálculos apontam para queda 8,1% no preço da carne, de 5% no da laranja e de 4,2% no caso do café.


O impacto para o setor de exportação brasileiro é inédito e o bloqueio das negociações — concentradas na Casa Branca e não nos órgãos setoriais, como admitiu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — sinaliza para a implantação da tarifa dentro de pouco mais de uma semana.

Os economista do CEPEA pedem “articulação diplomática” para “revisão ou exclusão” das tarifas. “Tal medida é estratégica não apenas para o Brasil, mas também para os próprios Estados Unidos, cuja segurança alimentar e competitividade da agroindústria dependem de forma substancial do fornecimento brasileiro”, afirmam.


A reação dos importadores americanos ainda é tímida, com apenas duas ações judiciais contra as medidas anunciadas por Trump, a principal delas vinda de produtores de suco de laranja, setor que importa 90% do insumo. O principal temor é de retaliação por parte de Trump, tido como “imprevisível” por parte do empresariado.

Carne e café

De acordo com o CEPEA, os Estados Unidos são o segundo maior importador da carne bovina brasileira, atrás apenas da China.


Respondem por 12% das exportações, enquanto os chineses concentram 49% do total vendido pelo Brasil. “São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul são os estados, nesta ordem, que mais têm embarcado carne aos EUA”, diz o órgão.

Já o suco de laranja é o produto que mais sofrerá o impacto da nova política tarifária americana. Hoje, já está em vigor no país uma tarifa fixa de US$ 415 por tonelada sobre o produto. Os EUA são o segundo maior importador da laranja do Brasil, que fornece 80% do total absorvido pelo mercado americano.

Quanto ao café, os Estados Unidos respondem por cerca de 25% das importações do produto brasileiro, especialmente da variedade arábica, insumo essencial para a indústria local de torrefação.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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