Em 1ª entrevista à TV estrangeira, Bolsonaro anuncia visita à Itália
Presidente disse estar "feliz" por colaborar com a extradição de Battisti e destacou que era favorável à entrega do italiano desde 2010
Christina Lemos|Do R7
O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira (15) em entrevista ao canal italiano Rai 1 que está "muito feliz" por colaborar com a extradição do ex-ativista Cesare Battisti, que retornou ao país de origem ontem (14) para cumprir pena de prisão perpétua.
"Estou muito feliz por poder colaborar com todos os cidadãos de bem da Itália e do Brasil para que Battisti pudesse sair daqui e pagar a sua pena pelos crimes cometidos nos anos 70", destacou o presidente em sua primeira entrevista a uma rede internacional após assumir o comando do país, concedida a partir de Brasília em comunicação direta com os estúdios da tv estatal italiana em Roma.
Durante a conversa com o apresentador, Bolsonaro anunciou que gostaria de visitar o país europeu, se possível, em maio. “Temos uma data importante: 8 de maio, Dia da Vitória”, disse o presidente, referindo-se à data em que se comemora a vitória dos aliados sobre a Alemanha nazista. A depender de sua agenda, Bolsonaro declara que gostaria de participar das comemorações, que manifestou o desejo em conversa recente com autoridades italianas e que seria a primeira vez que visitaria a terra dos avós, orginários de Lucca, na Toscana.
O presidente lembrou ainda que defendeu a extradição do ex-ativista desde a época em que a discussão foi pautada no STF (Supremo Tribubal Federal), em 2010. "Éramos favoráveis à extradição. Infelizmente, o governo [do ex-presidente] Lula decidiu mantê-lo aqui", disse ele.
Battisti, que estava foragido da Justiça brasileira desde dezembro do ano passado, foi preso em território boliviano na tarde do último sábado (12). Ele é acusado pelo assassinato de quatro pessoas na década de 70.
De acordo com Bolsonaro, o fato de Battisti ter sido extraditado da Bolívia mostra que não era o único favorável à decisão. "A mensagem é que o Brasil não seria mais um território de criminosos, fugitivos e prisioneiros políticos", disse ele, que chegou a prometer a entrega do italiano à autoridades de seu país já durante o período eleitoral.
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