Exército concordou que Pazuello fosse ministro, diz defesa
General enfrenta risco de punição, após participar de evento político ao lado do presidente Bolsonaro neste domingo. Atitude é vista como infração disciplinar grave
Christina Lemos|Do R7
A defesa do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi pega de surpresa com a iniciativa do general de acompanhar o presidente e discursar de um palanque em ato político a favor de Bolsonaro. Às pressas, desde a noite de domingo, advogados e apoiadores do general buscam argumentos que o ajudem a enfrentar o bombardeio político e também o risco de punição por falta disciplinar grave.
“O Exército permitiu que ele, general da ativa, ocupasse o cargo de ministro de Estado - cargo político. Não o puniu por isso. Ao contrário, o cedeu para que fosse nomeado. O mesmo Exército quer puni-lo por estar ao lado do presidente da república?” – questiona um dos principais conselheiros jurídicos do ex-ministro, sob compromisso de que seja ocultada sua identidade. Pazuello tem um encontro com o comandate do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, previsto para a tarde de hoje.
Sobre o caráter político do evento do qual o ex-ministro participou, Pazuello também foi orientado a contestar. “Não foi um evento político partidário, nem estamos em época de eleição. Ato político é durante a campanha eleitoral”. No entanto, dentro do próprio governo este ponto de vista não é aceito. O próprio vice-presidente Hamilton Mourão declara que “Pazuello entende que cometeu erro”.
A percepção geral é de que a atuação de Pazuello no evento público expõem também o ministro da Defesa, Braga Netto, que será cobrado pelos insatisfeitos na cúpula militar. O próprio Braga Netto participou de evento semelhante ao lado de Bolsonaro. A diferença é que atual ministro da Defesa é um militar reformado.
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