México e Chile já vacinam contra covid. Argentina na semana que vem
Países vizinhos saem na frente do Brasil, segundo no mundo em número de casos. Atraso pressiona Ministério da Saúde e desgasta Bolsonaro e Pazuello
Christina Lemos|Do R7
A capacidade de gestão e de senso de urgência das autoridades de saúde do Brasil está novamente em cheque, desta vez em função dos melhores resultados de países vizinhos, que já disponibilizaram às suas populações mais de um tipo de vacina contra o coronavírus. O México inicia hoje, pelos servidores da saúde, a aplicação do imunizante da Pfizer. Também o Chile começa hoje sua campanha gratuita de vacinação.
O exemplo que mais abala os nervos em Brasília é o da Argentina. Com um número muito menor de casos e de mortes, o país vizinho já aprovou o uso emergencial da fórmula russa da Sputinik-V e também da americana Pfizer. Os argentinos, segundo programam as autoridades federais, começam a ser vacinados na semana que vem.
No Brasil, a Anvisa emitiu certificados de boas práticas de fabricação aos laboratórios Sinovac e à Astrazeneca e repete diariamente que não recebeu até o momento nenhum pedido de liberação de qualquer vacina, nem mesmo para aplicação emergencial.
Entre os governos estaduais, apenas São Paulo tomou a iniciativa de importação de doses, e deve completar o 10,8 milhões da Coronavac estocadas até o final deste mês. Mas tampouco conseguiu cumprir a promessa de apresentar formalmente os últimos resultados dos testes sobre a eficácia do versão chinesa do imunizante contra o coronavírus.
Sem uma data para o início da vacinação em todo o território nacional, sem qualquer vacina aprovada, o Brasil encerrará o ano de 2020 com números alarmantes da pandemia: mortos aproximando-se da marca de 200 mil e o avanço acelerado da doença em quase todo o país.
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