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Morte de negros por doenças respiratórias cresce em maior ritmo

Houve crescimento de 72,8% nas mortes entre pardos, 70,2% entre pretos e 24,5% entre brancos, segundo dados de cartórios

Christina Lemos|Do R7

Mortes de população negra aumentaram na pandemia
Mortes de população negra aumentaram na pandemia

O crescimento de mortes por doenças respiratórias foi cerca de três vezes maior para a população negra do que para brancos durante a pandemia de coronavírus, de acordo com os dados do novo módulo do Portal da Transparência, plataforma desenvolvida pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) divulgados nesta segunda-feira (13).

Segundo o conceito do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população negra é a somatória dos pretos e pardos do país. As doenças respiratórias consideradas na pesquisa incluem a covid, insuficiência respiratória, pneumonia, septicemia e síndrome respiratória grave, e houve aumento de 34,5% no número de óbitos no período de 16 de março a 30 de junho de 2020 em relação a 2019.

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Os pardos e pretos são os mais atingidos: a população parda viu crescer 72,8% os óbitos por estes tipos de doença, enquanto os pretos registraram aumento de 70,2%. Já o crescimento de óbitos por estas doenças entre os brancos ficou em 24,5%. Índios registraram aumento de 45,5% e amarelos de 40,4%.

Considerando as mortes pela covid-19, 44,4% foram de pessoas declaradas brancas, 38,4% de pessoas declaradas pardas, e 8,2% da população preta. Indígenas representaram 0,24% dos mortos pelo novo coronavírus, amarelos representaram 1,5%; constam como raça/cor ignorada 7,2% dos óbitos causados pela doença.


Os dados utilizam como base as informações contidas nas Declarações de Óbitos de cartórios, emitidas pelos médicos no ato de falecimento, e que são a base da certidão de óbito.

Mortes durante a pandemia


Entre 16 de março e 30 de junho deste ano, o país registrou um aumento de 13% no total geral de mortes, mas a distribuição foi desigual entre sua população em comparação com 2019. Enquanto a população branca, registrou um aumento de 9,3% no número de mortes, os pretos viram o número crescer 31,1%. Para os pardos o crescimento foi de 31,4%.

Os óbitos entre a população indígena registraram aumento de 13,2%, enquanto o de amarelos 15,3%.


Em números, os cartórios registraram 390.078 mortes no período, sendo 181.591 de pessoas declaradas brancas, 121.768 pardos e 25.782 pretos.

Os indígenas representaram 701 falecimentos e a população declarada amarela 3.948. Constam, ainda, 56.288 óbitos cuja raça/cor não foi declarada pelo médico ou declarante no registro.

Doenças Cardíacas

Os dados de óbitos por doenças cardíacas, disponíveis no portal incluem mortes por AVC, infarto, demais doenças cardiológicas (que correspondem a morte súbita, parada cardiorrespiratória e choque cardiogênico), registraram um pequeno aumento no mesmo período analisado: 0,7%.

Nas mortes por estas doenças, as populações que novamente registraram maior aumento foram os pretos (13,7%), os pardos (8,4%) e os indígenas (2,2%). Já as populações branca e amarela registraram diminuição no período, (-0,5%) e (-0,3%) respectivamente.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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