Ocidente dobra aposta e já fala em embargo a petróleo russo
Dependência energética, contudo, é principal ponto fraco de opositores de Putin. Canadá cancela importação do óleo da Rússia.
Christina Lemos|Do R7
No pacote de medidas de pressão econômica à Rússia, uma iniciativa recém adotada pelo Canadá seria uma nova arma contra Putin: o embargo a um dos principais produtos de exportação do país do leste europeu – o petróleo. Mas a maioria dos aliados da Ucrânia dificilmente poderá encampar a medida drástica anunciada pelos canadenses, em resposta ao conflito iniciado por Putin há 6 dias. O setor representa cerca de um terço da receita orçamentária federal de Moscou.
A medida pode facilmente ser adotada pelos canadenses, uma vez que o país vem reduzindo drasticamente as importações do óleo russo. Justin Trudeau, o primeiro ministro do Canadá, a anunciou com grande alarde, mas desde 2019, a cota de petróleo russo representava menos de 3% do total das importações do país e já vinha sendo reduzida.
“Não podemos depender de um fornecedor que nos ameaça”, declarou hoje a presidente da Comissão Européia, Ursula von der Leyen, em mais um discurso em defesa de um esforço continental pela autonomia energética.
No entanto, a dependência energética da maioria das nações dos insumos russos é grande e um embargo destes produtos causaria o colapso de vários setores da atividade econômica, e até o conforto dos lares dos europeus em pleno inverno estaria comprometido, sem combustível para o aquecimento interno das casas, em pleno inverno.
“Temos de reduzir nossa dependência do gás [da Rússia]. É menos dinheiro para o fundo de guerra russo”, insistiu a dirigente europeia. O discurso, porém, não aponta para uma resposta imediata ao conflito, já que a chamada “transição verde”, para fontes de energia de menor impacto ambiental depende de investimentos e ações de longo prazo. A dependência do gás russo expõe vários países europeus, entre eles Alemanha e Itália.
Putin promete não interromper o fornecimento de gás para a Europa. Mas também fez ameaças duras contra nações que tomarem medidas contra seu país – bélicas ou indiretas. Nos Estados Unidos já prevalece a percepção de que é preciso baixar o tom das declarações, para evitar reação intempestiva e inesperada do líder russo.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.