Padilha acerta tom e sai da zona de conflito para a de conforto
Ministro da Saúde vira nova arma da comunicação de governo com campanha em escolas
Christina Lemos|Do R7

Na estreia da campanha do governo federal pela vacinação infantil que vai promover a busca ativa diretamente nas escolas, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, avançou algumas casas, de acordo com a avaliação do Planalto, na melhora da própria imagem e na do governo federal. A campanha “Saúde na Escola”, cujo anúncio foi feito em inédito pronunciamento conjunto em rede nacional, instalando Padilha e Camilo Santana, da Educação, dentro de uma sala de aula, foi vista como um “golaço” pela área de comunicação do governo.
Em tom informal, os dois auxiliares de Lula anunciam a ação que se inicia hoje e vai até 25 de abril, com o objetivo de alcançar 90% dos menores de 15 anos em 110 mil escolas com as vacinas da febre amarela, tríplice viral, tríplice bacteriana, meningocócica e HPV.
Do ponto de vista político, o desempenho de Padilha na TV e a atuação do petista nas redes têm demonstrado uma postura muito mais confortável e proativa do que na antiga função de articulador político do governo, hoje delegada a Gleisi Hoffmann. No posto anterior, o ministro enfrentou resistência de setores parlamentares, e chegou a se tornar desafeto do então super poderoso presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/Al).
Lula garantiu o auxiliar histórico no cargo, mesmo desagradando Lira, e somente deslocou Padilha para a Saúde quando não havia mais risco de que a mudança desprestigiasse o petista.
Padilha, que é médico infectologista, já ocupou a pasta da Saúde de 2011 a 2014 no governo Dilma, volta ao terreno conhecido, porém com a cautela de não implementar ações que sinalizem para uma eventual correção da gestão de sua antecessora e afilhada Nísia Trindade. A ex-ministra, de desempenho estritamente técnico, angariou a simpatia e a proteção da primeira dama, Janja, a quem Padilha não pretende desagradar.
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