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Parlamentares veem mudança em discurso de Bolsonaro

Presidente da Câmara citou 'desafio de fiscalizar Amazônia' e vice da Casa viu 'ousadia' e 'contradição' em fala na Cúpula do Clima

Christina Lemos|Do R7

Bolsonaro discursou hoje para as principais lideranças do mundo
Bolsonaro discursou hoje para as principais lideranças do mundo Bolsonaro discursou hoje para as principais lideranças do mundo

discurso do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima repercutiu imediatamente no Congresso Nacional, nesta quinta-feira (22). O encontro de 40 líderes mundiais encabeçado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discute o futuro do meio ambiente.

A senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, disse em comunicado que "a intervenção brasileira foi positiva, na linha equilibrada do atual comando do Itamaraty, sem exigências inoportunas de contrapartidas financeiras, que poderiam ser vistas como um “tomalá-dá-cá”. Cumpre ressaltar, conforme foi feito, a necessidade de relações maduras e justas na comunidade internacional, com maior ênfase nas iniciativas de cooperação para o desenvolvimento sustentável e o desenvolvimento dos mecanismos de remuneração de serviços ambientais".

Para Abreu, "as metas de redução de emissões e de eliminação do desmatamento ilegal não são um ônus para o País, mas sim proteção aos brasileiros e brasileiras, ao nosso planeta e a todos os seres humanos. Tanto que devemos ser ainda mais ousados. Podemos antecipar a meta brasileira para eliminação do desmatamento ilegal e avançar mais rapidamente, até 2025, com a redução de nossas emissões. Já demonstramos no passado que temos condições de avançar nessa direção".

Kátia Abreu diz em seu comunicado que irá propor um projeto de lei para antecipar para 2025 a meta de eliminação do desmatamento ilegal. Dessa maneira, acredita ela, "aumentaremos as vantagens competitivas do Brasil no mercado internaconal". Segundo a senadora, eliminar o desmatamento ilegal, cumprir o Código Florestal e cuidar da Floresta Amazônica "são elementos indispensáveis para fortalecer a reputação do agronegócio sustentável brasileiro, para destravar importantes negociações econômicas internacionais e para abrir novos mercados para nossas exportações".

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O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Aécio Neves, afirmou ao blog que houve uma mudança de tom do presidente, especialmente sobre o fim do desmatamento ilegal e da redução das emissões de gases nocivos ao meio ambiente.

“A participação do presidente Bolsonaro na Cúpula do Clima foi positiva, especialmente pela mudança no tom a respeito das preocupações mundiais com as mudanças climáticas e o desmatamento. Creio que o governo brasileiro entendeu a importância que tem a agenda do clima para a atração de investimentos e a abertura de mercado para os nossos produtos”, disse.

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Aécio, porém, destacou que "essa nova postura precisa vir acompanhada de ações concretas e de um maior envolvimento e liderança nas negociações multilaterais ambientais". 

O primeiro vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), disse que a fala de Bolsonaro é uma mistura de ousadia e contradição. "Os compromissos firmados no discurso do presidente Bolsonaro na Cúpula do Clima são tão ousados quanto contraditórios como o que foi executado na política ambiental do país até aqui", afirmou. 

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Assista à declaração do primeiro vice da Câmara:

"Desafio gigantesco"

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou no Twitter que "a Amazônia e todos os nossos biomas são ativos globais. Mas são patrimônio do povo brasileiro. Fica aqui nosso compromisso com a preservação, utilizando as suas riquezas de forma sustentável e equilibrada".

Lira, porém, deu ênfase aos obstáculos que as autoridades encontram para patrulhar a região amazônica. "As leis estão acima de qualquer governante. E a Câmara sempre contribuiu com marcos legais importantes na área da sustentabilidade. Mas o mundo precisa compreender que o desafio logístico, tecnológico e financeiro de monitorar e fiscalizar a Amazônia é gigantesco", encerrou.

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