Pazuello pede direito de resposta a meios de comunicação
Ex-ministro da Saúde afirma que não negociou compra de vacinas com empresários e descarta qualquer irregularidade
Christina Lemos|Do R7
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello encaminhou ao jornal Folha de S.Paulo uma notificação extrajudicial solicitando direito de resposta após a publicação de reportagem nesta sexta (16) sobre suposta compra superfaturada da CoronaVac.
Segundo a notificação, as informações “são infundadas e inverídicas” e violaram a honra do ex-ministro. Em nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social, Eduardo Pazuello afirma que em momento algum negociou compra de vacinas com empresários.
De acordo com o general, a reunião foi entre uma equipe do Ministério da Saúde e os empresários, e ele esteve na sala unicamente para cumprimentar os representantes da World Brands Distribuidora.
Ainda segundo Pazuello, após a reunião, ele foi informado que a proposta era inidônea e determinou que não fosse elaborado o Memorando de Entendimento, além de solicitar que a assessoria de comunicação do ministério não divulgasse o vídeo.
Pazuello afirma que não foi localizado no Ministério da Saúde qualquer processo para aquisição das vacinas ofertadas pela empresa World Brands.
Além da Folha de S.Paulo, o ex-ministro também entrou com pedido de direito de resposta no jornal O Globo e no canal CNN Brasil.
VÍDEO
Pazuello, ainda ministro da Saúde, se reuniu com um grupo de intermediadores para fechar a compra de 30 milhões de doses da vacina chinesa CoronaVac. O encontro ocorreu em 11 de março deste ano, 12 dias antes da exoneração de Pazuello. Assista ao vídeo:
O ex-ministro afirma na gravação a possibilidade de comprar 30 milhões de doses em negociação direta com o governo chinês, "no mais curto prazo possível". Ele aparece acompanhado de quatro pessoas no Ministério da Saúde e cita como John um dos integrantes do grupo.
"Estamos no Ministério da Saúde recebendo comitiva liderada pelo John para tratar da possibilidade de comprar 30 milhões de doses numa compra direta com o governo chinês, que abre a possibilidade de termos mais doses e mais laboratórios", afirmou Pazuello.
"Saímos daqui hoje com o memorando de entendimento assinado e com compromisso do ministério de celebrar no mais curto prazo o contrato para receber essas 30 milhões de doses para atendermos a população e controlar a pandemia que está tão grave no nosso país", disse.
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