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Racionamento de energia: “não podemos pagar para ver”, diz ministro

Em reunião com a cúpula da CNI, Bento Albuquerque assegura que "hoje" não há risco de racionamento de energia, e pede adesão do setor a programa de redução de consumo

Christina Lemos|Do R7

O ministro Bento Albuquerque: industriais prometem colaboração, mas temem impacto econômico da crise


Foto: Isac Nóbrega/PR
O ministro Bento Albuquerque: industriais prometem colaboração, mas temem impacto econômico da crise Foto: Isac Nóbrega/PR

Horas antes do pronunciamento em rede nacional de rádio e tv à população, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque dirigiu-se pessoalmente à sede da Confederação Nacional da Indústria para um apelo ao setor mais importante da economia: que os dirigentes industriais aderissem ao Programa de Resposta Voluntária de Demanda, lançado pelo governo para obter a redução necessária de consumo de energia elétrica até a chegada das chuvas e do alívio na crise hídrica.

O ministro colheu a boa vontade dos industriais, mas ouviu palavras de preocupação quanto ao risco de racionamento e de freio súbito na retomada da produção, após as agruras impostas pela pandemia. Sobre a possibilidade de racionamento, Bento Albuquerque procurou ser realista, diante de interlocutores céticos: “hoje não teremos, mas não podemos pagar para ver”.

Mais tarde, em conversa com os jornalistas, o almirante de esquadra investido na tarefa de domar a crise energética sustentou que "neste momento os cenários indicam” que há “oferta suficiente para a demanda do sistema” e que as condições atuais seriam “melhores do que no início de agosto”.

O blog procurou representantes da Abrace – que congrega 50 grupos empresariais responsável por 40% do consumo da energia elétrica do setor, em 25 estados. A disposição é de colaborar. “As indústrias estão se preparando para contribuir reduzindo o consumo no horário de ponta. As primeiras ofertas já estão sendo preparadas”, declara Paulo Pedrosa, presidente da Abrace. “Com isso, ajudaremos a equilibrar um déficit da ordem de 5 mil megawatts em uma carga máxima próxima de 80 mil”, afirma.

Industriais criticam, em caráter reservado, a demora na resposta do governo federal à crise de proporções inéditas. E destacam que uma campanha nacional de esclarecimento sobre a necessidade de redução do consumo já deveria estar em andamento há vários meses. No entanto, manifestam confiança na saída para a situação. “Atravessaremos novembro sem problema, até o começo do novo ciclo de chuvas”, declaram.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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