Reação militar: “Vamos deixar a política para os políticos”
Comandantes militares seguirão “praxe” de entregar cargos. General Pujol, do Exército deve ser substituído, mas não há ambiente para “politização das Forças Armadas”, diz militar da cúpula da Marinha
Christina Lemos|Do R7
Segundo oficial da Marinha ligado à cúpula da Defesa ouvido pelo blog esta manhã, o ambiente no ministério não é de crise, mas há insatisfação com a forma como Fernando Azevedo foi substituído no posto, na tarde de ontem, pelo presidente Jair Bolsonaro. O general é visto como anteparo a movimentos palacianos de atrelamento automático das Forças Armadas aos interesses políticos do presidente Bolsonaro. “Vamos deixar a política para os políticos”, reforça o oficial. “Não haverá politização das Forças Armadas”, repetem desde a tarde desta segunda-feira fontes da área militar.
“As Forças Armadas seguirão seu papel constitucional e neste momento nossa missão é ajudar a salvar vidas”, completa a fonte da Marinha, numa referência às ações das três forças no combate à pandemia do coronavírus. A entrega de cargos dos três comandantes é vista como “praxe”. Já a substituição do general Pujol, no comando do Exército é dada como certa. A troca, à qual Azevedo se opôs, foi um dos últimos motivos de desgaste entre o titular da Defesa e o presidente
Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica terão na manhã desta terça-feira uma conversa preliminar com o ministro da Defesa que deixa o cargo, general Fernando Azevedo. Em seguida, o grupo receberá o novo indicado para a Defesa, general Braga Neto, que deixa seu posto na Casa Civil para a missão. Braga Neto integra hoje o chamado “núcleo duro militar” de auxiliares diretos do presidente Bolsonaro.
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