Redes sociais são trunfo de Bolsonaro e desafio para adversários
Presidente tem dianteira folgada, com mais de 43 milhões de seguidores. Oponentes priorizam a formação de alianças pelo método tradicional.
Christina Lemos|Do R7
No marco zero da pré-campanha presidencial de 2022, enquanto institutos de pesquisa apontam dificuldades para a reeleição de Bolsonaro, o principal trunfo do presidente continua sendo sua capacidade de propagação de conteúdo nas redes sociais. Bolsonaro soma mais de 43 milhões de seguidores em seis das principais plataformas, efeito que é turbinado por um exército de multiplicadores, que vai de ministros de estado a internautas alinhados com as ideias do presidente.
Entre adversários, o desempenho é muito menos expressivo no campo de batalha que foi decisivo nas eleições de 2018 e promete ser novamente importante balizador eleitoral. O ex-presidente Lula, que tem hoje mais que o dobro das intenções de voto de Bolsonaro, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas, obtém pico de interações muito menor que o titular do Planalto. Seriam 2,7 milhões de interações obtidas pelo petista contra 13,6 milhões de Bolsonaro.
A movimentação é observada com atenção por estrategistas de campanha dos pré-candidatos, mas também neste quesito o time do presidente sai na frente. O foco na militância digital com capacidade de distribuição instantânea das mensagens políticas do grupo é prioridade absoluta, enquanto os adversários se apoiam em métodos tradicionais de divulgação e dão preferência à construção de alianças políticas. Na área, mantém forte influência o vereador carioca Carlos Bolsonaro, a quem o presidente atribui o mérito de sua última vitória eleitoral.
De acordo com fonte ligada ao PL, o “poderio bélico digital” de Bolsonaro é tal que o presidente reluta em profissionalizar o esquema de divulgação da campanha e tem dúvidas quanto à contratação de um marqueteiro para centralizar a operação. E avalia que tem se mostrado eficiente sua opção pela autonomia na comunicação direta com os eleitores. Entre os cotados para a função estariam Duda Lima, ligado ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, além de Paulo Moura e Sérgio Lima.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.