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Troca na Petrobras confirma Guedes no comando do setor estratégico

Novo indicado para presidir a estatal é conselheiro da empresa que governo quer privatizar, a Pré-Sal Petróleo, PPSA, e homem de confiança do ministro

Christina Lemos|Do R7

Paulo Guedes: o “posto Ipiranga” agora manda no setor de petróleo
Paulo Guedes: o “posto Ipiranga” agora manda no setor de petróleo Paulo Guedes: o “posto Ipiranga” agora manda no setor de petróleo

A troca no comando da Petrobras de Mauro Coelho por Caio Mário Paes de Andrade, que ainda deve se consumar dentro de 40 dias, completa o acerto feito entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Bolsonaro sobre uma mudança de condução da estatal de petróleo brasileira, da qual a União é acionista majoritária. “O posto Ipiranga agora manda na Petrobras" era o trocadilho que circulava na noite desta segunda-feira no Planalto e também na Economia, em referência ao apelido dado pelo presidente Bolsonaro ao ministro ainda durante a campanha presidencial passada.

Ausente do país no dia do anúncio — o ministro está em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial —, Guedes acertou há dias a troca de comando na Petrobras, que ocorre apenas 11 dias depois da nomeação de outro auxiliar seu, Adolfo Sachsida, para o Ministério de Minas e Energia no lugar de Bento Albuquerque.

Um dos primeiros atos do novo ministro foi receber o então presidente da Petrobras, Mauro Coelho. Na ocasião, Sachsida teria sinalizado ao dirigente a intenção, manifesta publicamente pelo próprio Bolsonaro, de promover “novas trocas em breve". Coelho permaneceu no posto apenas 40 dias.

Caio Mario Paes de Andrade, secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, é também um dos cinco integrantes do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo S.A., empresa que controla a comercialização do petróleo extraído dos campos da nova camada do combustível fóssil.

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A PPSA é a primeira das empresas do setor que o governo Bolsonaro pretende privatizar. O ato inaugural de Sachsida na pasta foi encaminhar a Guedes a inclusão da empresa no programa de desestatização do governo. Para sinalizar o acordo e a pressa em torno do tema, uma semana depois a Economia deu andamento à questão, referendando o pedido.

“O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) referendou, nesta sexta-feira (20/5), a Resolução nº 224/2022, que havia sido editada ad referendum do CPPI, recomendando ao presidente da República a qualificação da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A/PPSA no Programa de Parcerias de Investimentos”, noticiou o ministério. “O objetivo da qualificação é avaliar a desestatização da empresa e dos ativos sob sua gestão”, completa o documento.

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A terça-feira, no entanto, será de análise da reação do mercado à terceira substituição que Bolsonaro promove no comando da estatal, em decorrência do impacto da alta dos combustíveis na inflação. A questão é tida como o principal ponto fraco do presidente nesta pré-campanha eleitoral.

A principal preocupação dos investidores e acionistas da Petrobras é com o risco de interferência na política de preços de forma a afetar a saúde financeira da empresa. Nesse quesito, o próprio Guedes seria o avalista de que não haverá choque na gestão da estatal. Mas Bolsonaro tem sido eloquente quanto à percepção que tem da questão e chegou a classificar de “crime” e “estupro” o lucro obtido pela empresa.

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