Vigilante privado matou estudante brasileira, diz polícia da Nicarágua
Itamaraty chama “para consultas” embaixador brasileiro em Manágua - gesto que traduz insatisfação e desconforto nas relações bilaterais. Embaixadora da Nicarágua em Brasília presta explicações por quase duas horas
Christina Lemos|Do R7
A Polícia Nacional da Nicarágua divulgou nota esta tarde informando que “um guarda de vigilância privada, em circunstâncias não determinadas, realizou disparos com arma de fogo, um dos quais atingiu Raynéia Gabrielle da Costa”. A estudante de medicina foi morta nesta segunda-feira, quando retornava de carro para casa. Segundo o relato, encaminhado ao blog pela Embaixada da Nicarágua em Brasília, Raynéia “foi transferida ao Hospital Militar Alejandro Dávila Bolanos, onde faleceu”.
A informação oficial se contrapõe a suspeitas de que o assassinato foi praticado por grupos paramilitares pró-governo. O país está mergulhado numa forte crise política que se agravou nos últimos três meses, com violentos protestos pela saída do presidente Daniel Ortega.
O comunicado oficial informa, sem dar nomes, que o vigilante privado está sob investigação “para esclarecimento do fato”. A polícia da Nicarágua relata que o episódio ocorreu às 23h30, quando a “médica interna do Hospital Carlos Roberto Huembes se deslocava sozinha em seu carro” e informa a placa do automóvel: M1706120.
O caso levou, esta tarde, o Ministério das Relações a convocar para consultas o embaixador brasileiro em Manágua, Luís Cláudio Villafane. Na linguagem diplomática, o gesto sinaliza desconforto nas relações bilaterais.
A embaixadora da Nicarágua em Brasília, Lorena Martinez, foi chamada ao Itamaraty para prestar esclarecimentos e reuniu-se por quase duas horas com o Subsecretário para América do Sul, Paulo Stivalett. O chanceler Aloysio Nunes Ferreira acompanha o presidente Temer em missão no México e África do Sul.
Colaborou: Cláudia Gonçalves Bengtson, da Recordtv.
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