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Waiver de Guedes é licença para endividamento. Mercado reage

Termo usado pelo ministro foi mal recebido por agentes financeiros, que veem queda do pilar da responsabilidade fiscal

Christina Lemos|Do R7

O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da República, Jair Bolsonaro: sinalização de descontrole de gastos alarma mercado
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da República, Jair Bolsonaro: sinalização de descontrole de gastos alarma mercado

As declarações do ministro Paulo Guedes sobre a operação financeira avaliada pelo governo para pagar o novo Auxílio Brasil foram recebidas com apreensão pelo mercado — um dos credores dos títulos públicos brasileiros. O ministro usou uma expressão muito conhecida dos investidores: waiver — termo que significa a dispensa do cumprimento de uma exigência firmada em contrato. Na prática, trata-se do perdão de uma parte ou do total do valor devido. O exemplo clássico é o perdão dado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) a país que não tenha pago um empréstimo.

“Como nós queremos aumentar um pouco essa camada de proteção para os mais frágeis, nós pediríamos que isso viesse como um waiver, para atenuar o impacto socioeconômico da pandemia”, disse Guedes, ao tentar explicar como o governo pretende bancar os custos com o pagamento mensal do novo benefício de R$ 400 do Auxílio Brasil, programa que substitui o Bolsa Família. “Estamos ainda finalizando, vendo se conseguimos compatibilizar isso”, completou.

Ao associar o esforço pela busca de recursos com o sistema conhecido como waiver, Guedes teria admitido a falta de verba para bancar o programa anunciado pelo presidente Bolsonaro e que pretende implantá-lo a partir do mês que vem, em substituição também ao auxílio emergencial. A decisão política de promover o gasto estaria tomada, independentemente do lastro em verbas permanentes — o que caracterizaria a queda do pilar da responsabilidade fiscal, do qual Guedes se mantinha como garantidor na equipe de governo.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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