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Ciência para o Dia a Dia

Adoçantes são seguros e podem ajudar a reduzir o açúcar

Novo posicionamento de sociedades médicas brasileiras mostra que o uso de adoçantes é seguro e pode ajudar no controle do peso e diabetes, desmontando mitos que ainda assustam muita gente

Ciência para o Dia a Dia|Camille Perella CoutinhoOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Associações médicas brasileiras afirmam que o uso de edulcorantes é seguro e pode auxiliar no controle do peso e diabetes.
  • Incertezas cercam os edulcorantes devido a estudos observacionais de baixa qualidade que alimentam mitos sem comprovação.
  • Pesquisas científicas mostram que os adoçantes não aumentam a glicemia nem levam ao ganho de peso quando utilizados adequadamente.
  • Adoçantes aprovados podem ser aliados na redução do consumo de açúcar, desde que respeitados os limites de ingestão diária aceitável.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Em comparação ao açúcar, adoçantes ajudam a reduzir a ingestão total de calorias Freepik/@jcomp

O uso de edulcorantes, ou adoçantes, continua cercado de dúvidas. Mesmo sendo amplamente estudados e aprovados por órgãos reguladores no mundo todo, ainda circulam informações distorcidas que alimentam receios sem fundamento, tanto entre profissionais de saúde quanto entre a população em geral.

Para trazer mais segurança e combater essa confusão, a Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), a Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD) e a Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN) publicaram um posicionamento conjunto. A proposta é simples e necessária, oferecer clareza e divulgar evidências científicas confiáveis sobre o tema.


Na prática clínica, essa insegurança aparece com frequência. Muitos profissionais ainda hesitam em recomendar edulcorantes, especialmente no cuidado de pessoas com diabetes, obesidade ou que precisam reduzir o consumo de açúcar.

Um dos motivos é que grande parte das informações se baseia em estudos observacionais de baixa qualidade, que apenas apontam associações sem provar causa e efeito.


Não é raro, por exemplo, interpretar o uso de edulcorantes como causa do ganho de peso, quando muitas vezes ocorre o inverso. Pessoas já com excesso de peso recorrem a eles como uma estratégia de controle. Esse fenômeno é chamado de causalidade reversa.

As revisões sistemáticas e meta-análises de ensaios clínicos randomizados representam o mais alto nível de evidência científica e mostram de forma consistente que os edulcorantes não aumentam a glicemia, não alteram o perfil de gorduras no sangue e não levam ao ganho de peso quando usados adequadamente. Pelo contrário, em comparação ao açúcar, ajudam a reduzir a ingestão total de calorias e podem ser aliados importantes no controle de peso a curto prazo.


Uso responsável, decisão mais segura Imagem Gerada por AI

A própria Organização Mundial da Saúde reconhece que estudos observacionais, por suas limitações, não devem servir de base para políticas públicas de saúde. Por isso, recomenda que sejam interpretados com cautela e sempre comparados às evidências mais robustas dos ensaios clínicos.

A segurança dos edulcorantes é definida pela chamada Ingestão Diária Aceitável, que corresponde à quantidade que pode ser consumida todos os dias, durante toda a vida, sem risco à saúde. Esse valor é calculado por órgãos internacionais como FAO e OMS a partir de estudos toxicológicos, sempre com ampla margem de segurança.


Para se ter uma ideia, a Ingestão Diária Aceitável do aspartame é de até 40 miligramas por quilo de peso corporal, o que significa que uma pessoa de 70 quilos poderia ingerir 2800 miligramas por dia sem ultrapassar o limite. Outros exemplos são a sucralose com 15 miligramas por quilo, a sacarina com 5 miligramas por quilo e os glicosídeos de esteviol com 4 miligramas por quilo.

Já alguns edulcorantes como os polióis, entre eles xilitol, eritritol e sorbitol, não têm limite estabelecido porque não apresentaram efeitos adversos mesmo em altas doses.

Estudos de consumo no Brasil e no mundo confirmam que a ingestão real está muito abaixo desses valores, inclusive entre crianças e pessoas com diabetes, o que reforça a segurança do uso dentro das quantidades recomendadas.

O posicionamento conjunto da ABRAN, ANAD e SBAN reforça que os edulcorantes aprovados são seguros e podem ser aliados importantes quando substituem o açúcar em alimentos e bebidas.

A mensagem central é clara, não há motivo para receio quando o consumo respeita os limites estabelecidos pelas autoridades de saúde. Divulgar esse conhecimento é fundamental para combater a desinformação e fortalecer a confiança da população e dos profissionais de saúde no uso responsável desses ingredientes.

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