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Dinheiro também é coisa de criança; veja dicas de como falar sobre o tema em cada faixa etária

Especialistas orientam sobre a importância da educação financeira desde cedo, para cuidar e utilizar bem dos recursos

Conta em Dia|Ana VinhasOpens in new window

Estudantes participam das atividades do Festival Nacional da Matemática, no Rio Tomaz Silva/Agência Brasil - 05.09.2024


O Dia das Crianças, comemorado neste sábado (12), é uma oportunidade para estimular a educação financeira entre os pequenos. A falta desse conhecimento ao longo da vida dos brasileiros é apontada como um dos principais motivos para o alto índice de inadimplência entre a população.

“Planejamento financeiro familiar envolve pais e filhos. Os menores precisam entender de onde vem o dinheiro de presentes, por exemplo, e a importância de cuidar dos recursos e de usá-los bem”, afirma Lucas Moura, consultor da TudoNoBolso, fintech de educação financeira.

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Para Moura, não há uma idade mínima para começar a falar de dinheiro. Mesmo para os menores é possível introduzir o tema de maneira lúdica. “Da importância das escolhas à gestão do dinheiro, a ideia é que, a cada fase a criança se sinta mais preparada para maiores responsabilidades com as finanças, delas e de toda a família”, acrescenta Moura.


Com a mudança da matriz curricular, as escolas passaram a incluir aulas de educação financeira. Em São Paulo, a Secretaria da Educação do Estado colocou a prática no currículo das três séries do ensino médio e dos 8º e 9º anos do ensino fundamental a partir deste ano. A medida visa ampliar o aprendizado de matemática e permitir aos estudantes construir uma relação melhor com o dinheiro ao longo da vida.

Relação com o dinheiro

Entre as famílias, também não há uma fórmula única para tratar do tema, segundo o consultor.


Cada pai ou mãe também aprendeu – e segue aprendendo – a administrar as finanças da melhor maneira que encontrou. Mas conversar de maneira séria e se mostrar aberto a dúvidas e até mesmo a admitir enganos é a melhor forma de, juntos, construírem uma relação saudável e benéfica com o dinheiro. Isso é fundamental para o futuro não só das crianças, mas da sociedade.

(Lucas Moura)

A educadora financeira Aline Soaper afirma que, no curto prazo, a educação financeira ajuda as crianças a se tornarem mais conscientes no uso do dinheiro. “Elas compreendem melhor a importância de cuidar dos recursos que possuem, como brinquedos e roupas, aprendem a economizar energia e reduzem os pedidos para comprar tudo o que desejam”, afirma Aline.

Já no médio prazo, a criança aprende a poupar, além de começar a se interessar em aprender a gerar dinheiro. No longo prazo, será um adulto muito mais saudável financeiramente, avalia a educadora.


É importante crescer sabendo usar bem o dinheiro, usá-lo nas coisas mais importantes e necessárias, para ter mais segurança, conforto e viver melhor.

(Aline Soaper)

Ela sugere que os pais comecem a estudar com as crianças sobre educação financeira de uma forma integrativa, não apenas sobre números ou investimentos, mas principalmente sobre como cada um se comporta ao lidar com o dinheiro.

Como os pais podem falar sobre o tema em cada faixa etária?

Na educação infantil, a partir de 4 anos é possível iniciar o tema de forma totalmente lúdica. Com quatro anos, a criança aprende brincando. Por isso, teatro, passeios, simulações, experiências do dia a dia, que envolvam o uso do dinheiro são formas de ensiná-las sobre o planejamento financeiro.

Para uma faixa etária maior, uma estratégia para começar, é, por exemplo, buscar tarefas dentro da rotina das famílias, com objetivo de explicar sobre uso do dinheiro, ou permitir que eles usem o dinheiro no dia a dia. Explicar que os produtos ou serviços têm custos, que eles terão que fazer escolhas. Isso é fundamental, para que as crianças possam assumir uma responsabilidade com o dinheiro, para que isso se reflita na vida adulta.

Fonte: Aline Soaper

Comece cedo: ensine as crianças de 5 a 9 anos sobre escolhas financeiras

A partir dos 5 anos já é possível oferecer pequenos valores para uma determinada finalidade e incentivar a criança a fazer escolhas. Um exemplo é na hora do mercado: mostre que, com o mesmo valor, ela pode comprar quantidade, variedade e qualidade de diferentes produtos, o que aguça também a busca por promoções.

Dos 9 aos 12: a hora de entender o valor do dinheiro

Aos 9 anos, com o bombardeio da publicidade na TV, no rádio, em redes sociais, os pequenos tendem a querer tudo. Pode ser hora de investir em uma semanada, menor que uma mesada e mais fácil para ajudar nos primeiros passos da administração do dinheiro. Ensiná-los que não dá para comprar tudo de uma vez, que é preciso poupar para conquistar bens maiores.

Adolescentes: planejamento financeiro e responsabilidades

Aos 13 e 14 anos, eles passam a seguir a moda e querer fazer parte de suas tribos. Ensiná-los a planejar os gastos do mês para fazer a mesada render ajudará a poupar também para a diversão com os amigos e algumas comprinhas mais caras que não estão no orçamento da família, como um videogame ou o tênis que acabou de ser lançado. Já é possível ser mais duro com a administração dos valores e não oferecer dinheiro extra a não ser para emergência.

Prepare para o futuro: 15 anos em diante

A partir dos 15 anos os adolescentes já começam a ser confrontados com o futuro: qual carreira seguir, a faculdade a escolher, a preparação para o Enem, entre outros temas. Aqui, a mesada pode aumentar para incluir gastos adicionais dessa fase, mas também é uma boa oportunidade para que eles comecem a poupar para o longo prazo, como pagar a faculdade ou um curso no exterior. “Aqueles que criaram consciência financeira poderão aproveitar mais oportunidades de estudo e já valorizarão o dinheiro antes mesmo de começar a trabalhar”, conclui o consultor.

Fonte: Lucas Moura


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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