O salário mínimo deve ter um reajuste de 7,34% e ficar em R$ 1.515, em 2025. O valor representará um aumento de R$ 103 em relação ao piso nacional atual, de R$ 1.412. O IBGE divulgou nesta terça-feira (10) o acumulado dos últimos 12 meses do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 4,84%, utilizado para calcular a correção para o próximo ano.A regra adotada desde 2023 para o reajuste do salário mínimo segue a política de valorização, para garantir um aumento real, acima da inflação. A fórmula é a soma da inflação medida pelo INPC acumulada até novembro, de 4,84%, mais a variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes, atualizada em 3,2%. Essa soma preliminar seria de um reajuste de 8,04%, o que daria um valor de R$ 1.526.No entanto, como o salário mínimo tem impacto nas aposentadorias, pensões e outros auxílios pagos pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), assim como o seguro-desemprego, do abono salarial PIS/Pasep e do BPC (Benefício de Prestação Continuada), o governo federal criou um limite a esse reajuste na proposta de corte de gastos, encaminhada ao Congresso no último dia 3 de dezembro.Caso aprovada, a variação do PIB ficará limitada ao percentual de reajuste do arcabouço fiscal, que vai de 0,6% a 2,5% acima da inflação, dependendo das receitas no ano anterior. Para 2025, a taxa considerada é de 2,5%, o que levaria o mínimo a R$ 1.515.Segundo o Ministério da Fazenda, a regra proposta mantém a correção do salário mínimo. “No entanto, limita o crescimento real ao limite dado pela taxa de crescimento real das despesas do Regime Fiscal Sustentável, que varia entre 0,6% e 2,5%. Por exemplo, se o crescimento do PIB de dois anos anteriores for de 2,9% e o limite de despesas estiver apto a crescer, pelas regras do Regime Fiscal Sustentável, 2,5%, o salário mínimo crescerá 2,5%”, explica em nota.O novo piso precisa ser aprovado pelo Congresso até o final do ano e sancionado pelo presidente Lula, para começar a valer a partir de 1º de janeiro de 2025.A projeção do salário mínimo no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual), apresentado em 30 de agosto pelo governo federal ao Congresso Nacional, era de R$ 1.509, ou 6,87% de aumento. Em abril, a previsão foi de R$ 1.502, segundo previsão no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias).2024 – R$ 1.412 (6,97%)2023 – R$ 1.320,00 (8,91%)2022 – R$ 1.212,00 (10,04%)2021 – R$ 1.100,00 (5,2%)2020 – R$ 1.045,00 (4,7%)2019 – R$ 998,00 (4,6%)2018 – R$ 954,00 (1,8%)2017 – R$ 937,00 (6,48%)2016 – R$ 880,00 (11,6%)O índice de inflação utilizado para o reajuste do salário mínimo é o INPC, que mede o custo de vida da população mais pobre, e difere do IPCA, principalmente no caso dos preços dos gêneros alimentícios, que têm um peso maior.Como os benefícios da Previdência Social, o BPC, o seguro-desemprego e o abono salarial estão vinculados ao salário mínimo, uma inflação mais alta implicaria um efeito direto sobre essas despesas.O valor do salário mínimo tem impacto não só na remuneração dos trabalhadores, mas também nos benefícios sociais e previdenciários.Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo é a base da remuneração de 60,3 milhões de trabalhadores e beneficiários do INSS.O órgão estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário baseado no custo da cesta básica. Em novembro, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ser R$ 6.959,31 ou 4,93 vezes o mínimo de R$ 1.412,00.