O Governo Federal ficou no vermelho pelo quarto ano consecutivo, registrando em 2017 um déficit de R$ 124,4 bilhões, ou seja, as despesas sem contar os juros da dívida superaram toda a arrecadação de tributos neste montante. Apesar do resultado ruim, o Governo conseguiu cumprir a meta fiscal, já que tinha autorização para um rombo de até R$ 159 bilhões.
Mas, para onde foi todo dinheiro dos tributos?
O Governo arrecadou em 2017 R$ 1,38 trilhões em tributos, mas repassou a Estados e Municípios R$ 228,47 bilhões, restando a ele para gastar R$ 1,15 trilhões. Já as despesas sem contar os juros da dívida foram de R$ 1,27 trilhões e divididas da seguinte forma:
1) Benefícios Previdenciários (INSS) = R$ 557,23 bilhões
2) Pessoal e Encargos (salários e previdência do servidores federais) = R$ 284,04 bilhões
3) Outras despesas obrigatórias (como abono, seguro desemprego, LOAS, etc) = R$ 185,19 bilhões
4) Outras despesas = R$ 252,54 bilhões
Apenas previdência social e despesas com pessoal somaram R$ 841,25 bilhões, o equivalente a 66% de toda despesa!
E para piorar, o dinheiro dos tributos não foi suficiente (tinha R$ 1,15 trilhões para gastar, mas gastou R$ 1,27 trilhões), restando um rombo de R$ 124,4 bilhões a ser pago.
E como foi pago o rombo de 2017?
O déficit de R$ 124,4 bilhões foi pago emitindo dívida pública, assim como os juros da dívida que também foram pagos com mais emissão de dívida, ou seja a conta foi postergada para as futuras gerações.
Como reverter essa situação?
A retomada econômica tende a aumentar as receitas com tributos, mas o equilíbrio fiscal somente será atingido com as despesas se estabilizando ou sendo reduzidas.