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Afonso Paciléo

Motorista e entregador de aplicativo têm direitos trabalhistas? Entenda

Vínculo empregatício ou trabalho autônomo? Entenda o que a lei diz e o que está em jogo para quem trabalha em aplicativos

Empreendendo Direito|Afonso PacileoOpens in new window

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Quais são os direitos de quem trabalha em aplicativos? WILLIAN MOREIRA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO - 13.08.2025

Você já pediu comida no delivery ou chamou um carro por aplicativo hoje? Pois é… esse tipo de serviço virou parte da nossa rotina. Mas enquanto milhares de motoristas e entregadores circulam pelas cidades todos os dias, muitos se perguntam: afinal, quem trabalha para apps como Uber, iFood, 99 e Rappi tem direitos trabalhistas?

Essa é uma dúvida comum e importante, e que está no centro de discussões acaloradas no STF (Supremo Tribunal Federal), no TST (Tribunal Superior do Trabalho) e na mídia. A resposta? Depende do caso.


Motoristas e entregadores: trabalhadores autônomos ou empregados? As empresas de aplicativo costumam dizer que esses profissionais são autônomos: ou seja, trabalham por conta própria, fazem seus horários e não estão subordinados diretamente a um chefe.

Mas a Justiça do Trabalho já reconheceu, em situações específicas, que existe vínculo empregatício, principalmente quando há indícios de controle, subordinação e exclusividade, características típicas de uma relação CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).


Quando a Justiça identifica sinais como:

✔️ horários controlados pela plataforma,

✔️ punições ou advertências aos trabalhadores,

✔️ impossibilidade de ser substituído por outra pessoa,


A relação pode ser enquadrada como emprego formal.

O que dizem os tribunais?

Ainda não existe uma decisão definitiva no Brasil sobre o tema. Por isso, cada caso é analisado de forma individual. Existem decisões diferentes: algumas favoráveis às empresas (mantendo a ideia de que o profissional é autônomo), outras reconhecendo o vínculo e garantindo direitos como registro em carteira, férias e 13º salário.


Em resumo:

Não basta trabalhar para um aplicativo para ter carteira assinada automaticamente, é preciso comprovar, na prática, que havia características de subordinação e controle no dia a dia de trabalho.

Quais direitos estão em jogo?

Se houver reconhecimento do vínculo pela Justiça, o motorista ou entregador pode ter acesso a:

  • Registro em carteira (CLT)
  • FGTS
  • 13º salário
  • Férias remuneradas + 1/3
  • Horas extras e adicional noturno (se aplicável)
  • Aviso prévio, entre outros.

Mas, enquanto não há uma definição geral, a regra segue sendo a classificação como autônomos, sem as garantias da CLT, o que reforça a importância de quem trabalha na área se informar e, quando necessário, buscar orientação jurídica.

Por que isso interessa a tanta gente?

O que está em discussão não afeta só trabalhadores e empresas, mas todo o modelo de negócios dos apps no Brasil. Uma decisão definitiva do STF ou do TST pode obrigar as plataformas a arcar com direitos trabalhistas de milhares de profissionais, mudando totalmente o cenário atual.

Se você é motorista ou entregador e tem dúvidas sobre sua relação de trabalho, vale guardar registros, conversas e provas do dia a dia e procurar orientação profissional caso desconfie que sua situação pode se encaixar nos critérios de vínculo empregatício.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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