Motorista e entregador de aplicativo têm direitos trabalhistas? Entenda
Vínculo empregatício ou trabalho autônomo? Entenda o que a lei diz e o que está em jogo para quem trabalha em aplicativos

Você já pediu comida no delivery ou chamou um carro por aplicativo hoje? Pois é… esse tipo de serviço virou parte da nossa rotina. Mas enquanto milhares de motoristas e entregadores circulam pelas cidades todos os dias, muitos se perguntam: afinal, quem trabalha para apps como Uber, iFood, 99 e Rappi tem direitos trabalhistas?
Essa é uma dúvida comum e importante, e que está no centro de discussões acaloradas no STF (Supremo Tribunal Federal), no TST (Tribunal Superior do Trabalho) e na mídia. A resposta? Depende do caso.
Motoristas e entregadores: trabalhadores autônomos ou empregados? As empresas de aplicativo costumam dizer que esses profissionais são autônomos: ou seja, trabalham por conta própria, fazem seus horários e não estão subordinados diretamente a um chefe.
Mas a Justiça do Trabalho já reconheceu, em situações específicas, que existe vínculo empregatício, principalmente quando há indícios de controle, subordinação e exclusividade, características típicas de uma relação CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Quando a Justiça identifica sinais como:
✔️ horários controlados pela plataforma,
✔️ punições ou advertências aos trabalhadores,
✔️ impossibilidade de ser substituído por outra pessoa,
A relação pode ser enquadrada como emprego formal.
O que dizem os tribunais?
Ainda não existe uma decisão definitiva no Brasil sobre o tema. Por isso, cada caso é analisado de forma individual. Existem decisões diferentes: algumas favoráveis às empresas (mantendo a ideia de que o profissional é autônomo), outras reconhecendo o vínculo e garantindo direitos como registro em carteira, férias e 13º salário.
Em resumo:
Não basta trabalhar para um aplicativo para ter carteira assinada automaticamente, é preciso comprovar, na prática, que havia características de subordinação e controle no dia a dia de trabalho.
Quais direitos estão em jogo?
Se houver reconhecimento do vínculo pela Justiça, o motorista ou entregador pode ter acesso a:
- Registro em carteira (CLT)
- FGTS
- 13º salário
- Férias remuneradas + 1/3
- Horas extras e adicional noturno (se aplicável)
- Aviso prévio, entre outros.
Mas, enquanto não há uma definição geral, a regra segue sendo a classificação como autônomos, sem as garantias da CLT, o que reforça a importância de quem trabalha na área se informar e, quando necessário, buscar orientação jurídica.
Por que isso interessa a tanta gente?
O que está em discussão não afeta só trabalhadores e empresas, mas todo o modelo de negócios dos apps no Brasil. Uma decisão definitiva do STF ou do TST pode obrigar as plataformas a arcar com direitos trabalhistas de milhares de profissionais, mudando totalmente o cenário atual.
Se você é motorista ou entregador e tem dúvidas sobre sua relação de trabalho, vale guardar registros, conversas e provas do dia a dia e procurar orientação profissional caso desconfie que sua situação pode se encaixar nos critérios de vínculo empregatício.
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