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Luiz Fara Monteiro

Após laudo de acidente da Air India, Etihad pede aos pilotos cuidado com interruptores de controle de combustível

Relatório oficial de acidente fatal diz que alavancas do painel foram movidas, suspendendo fornecimento de combustível durante a decolagem

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Empresa ordenou uma inspeção do mecanismo de travamento Royed bin masud - Wikimedia Commons

A Etihad, uma das maiores companhias aéreas do Oriente Médio, sediada em Abu Dhabi, emitiu um comunicado aos seus pilotos, pedindo-lhes que “tivessem cautela” ao operar os interruptores de controle de combustível das aeronaves Boeing 787. A empresa também ordenou uma inspeção do mecanismo de travamento.

A determinação da companhia foi emitida na última sexta-feira (12), depois que a autoridade indiana de investigação (AAIB) divulgou seu relatório preliminar oficial sobre o acidente aéreo com o Boeing 787-8 de matrícula VT-ANB, apontando que o acidente teria sido resultado do acionamento dos interruptores que controlam o fluxo de combustível para os motores.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Etihad orientou seus pilotos a terem cautela com os interruptores de controle de combustível após relatório de acidente com Boeing 787.
  • Investigações indicam que a movimentação inadvertida das alavancas levou ao corte de fornecimento de combustível durante a decolagem.
  • Diálogos entre os pilotos sugerem ação voluntária na operação das alavancas antes do acidente, que resultou em 260 mortes.
  • A companhia recomenda evitar objetos no painel e relatar anomalias imediatamente, visando aumentar a segurança.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A revelação causou espanto entre profissionais da aviação, uma vez que essas válvulas não são acionadas em um único movimento, afastando consideravelmente a hipótese de um acionamento involuntário.

O mecanismo de acionamento do corte de combustível é operado por duas alavancas no painel. Para alternar entre as funções “run” e “cutoff” — “funcionamento” e “interrupção”, respectivamente — é preciso puxar as alavancas antes de colocá-las na função desejada. A padronização de operações durante a decolagem traz outro indício de acionamento voluntário nas alavancas:


Dois pilotos executam funções distintas no cockpit. O que executa as manobras no momento de decolar é chamado de “pilot flying”. O outro aviador, que apenas observa e monitora informações no painel, como indicadores de velocidade e operação do rádio de comunicação, por exemplo, é chamado de “pilot monitoring”. Este último, enquanto o pilot flying executa as manobras, permanece com as mãos sobre as pernas, justamente para evitar movimentos involuntários ou acionamento de algum comando.

Os diálogo na cabine, obtidos com a extração dos gravadore de voz apontam que um dos pilotos perguntou ao outro por que ele havia cortado o combustível para os motores, ao que o outro responde que não teria feito nada. Ainda segundo a investigação, os dois botões foram religados instantes antes da queda — ambos estavam na posição “run” quando foram encontrados pelos peritos no local do acidente. Como a aeronave se encontrava em baixa altitude, não houve tempo hábil para a retomada de empuxo nos motores.


O boletim da Etihad acrescentou que os pilotos também devem evitar a presença de quaisquer objetos no painel que resultem em um movimento inadvertido das alavancas. A aeronave também exige que a tripulação relate imediatamente quaisquer anomalias observadas.

A empresa aérea explica por que essa diretiva é necessária e declara em seu boletim que a medida é “por excesso de cautela”, já que a investigação oficial sobre o acidente da Air India continua em curso.


O voo AI171 com destino a Londres sofreu um acidente fatal em 12 de junho último, pouco após a decolagem. Um dos pilotos chegou a declarar Mayday, pedido universal de socorro, antes da queda da aeronave. A bordo do Boeing 787-8 Dreamliner estavam 242 pessoas, entre passageiros e tripulantes. 260 pessoas morreram na tragédia, incluindo 29 pessoas que estavam em solo.

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