Relatório diz que pilotos desligaram o motor errado em acidente que matou 179 na Coreia
Queda do Boeing 737 da Jeju Air teria como fator contribuinte o desligamento do motor que estava operacional após choque com pássaros

Um relatório preliminar do Conselho de Investigação de Acidentes de Aviação e Ferrovias da Coreia do Sul (ARAIB) indica uma possível falha no gerenciamento em uma emergência causada por uma colisão entre a aeronave e pássaros no acidente do Boeing 737-800 da Jeju Air, no Aeroporto Internacional de Muan (MWX) em 29 de dezembro de 2024. Na ocorrência registrada próximo ao pouso, 179 pessoas morreram depois que o voo 7C 2216 sofreu uma excursão de pista e bateu em um muro.
As descobertas, apresentadas às famílias das vítimas durante um briefing no Aeroporto de Muan no sábado (19), revelam que o motor afetado pelo ‘bird strike’, termo usado na aviação para a colisão entre aeronaves e pássaros, foi o de número 2, localizado do lado direito do avião. Com o choque e um incêndio subsequente, o piloto que executava as manobras da aeronave - chamado de ‘pilot flying’ - pediu ao colega que desligasse o motor de número 2, atingido pelo pássaro e severamente danificado.
No entanto, o motor cortado foi o de número 1, localizado do lado esquerdo do Boeing, que estava totalmente operacional, apesar de também ter sido atingido por pássaros. O piloto acionou ainda o extintor de incêndio, o que impediu a reativação do motor. A ausência dos motores impediu o piloto de retomar a pressão hidráulica para descer o trem de pouso. A aeronave possui um sistema alternativo para o acionamento do trem de pouso, mas faltou tempo hábil por conta da proximidade do jato com a pista.
Após o acidente, ambos os motores foram enviados à França em março de 2025 para um exame detalhado, que confirmou que o motor esquerdo não apresentava problemas mecânicos e que seus sistemas eletrônicos estavam funcionando normalmente.
Com o motor direito já sem potência devido ao impacto com pássaros, o desligamento do motor esquerdo causou uma perda completa de empuxo, deixando a tripulação sem potência disponível. Os investigadores também confirmaram que a alavanca do trem de pouso não havia sido acionada, o que significa que as rodas não foram acionadas antes da aeronave realizar um pouso de barriga e colidir com um muro de concreto depois da pista. A presença desta barreira foi criticada por especialistas em aviação.
Um relatório preliminar divulgado em janeiro já havia confirmado a versão levantada sobre colisão com pássaros como um dos fatores contribuintes para a tragédia. Exames de DNA comprovaram restos de uma espécie de pato comum no leste da Ásia encontrados nos motores. As interpretações iniciais presumiram que danos em ambos os motores levaram a falhas elétricas e hidráulicas. As novas descobertas, no entanto, indicam que, enquanto o motor direito ingeriu pássaros e pegou fogo, o motor esquerdo falhou devido a um comando de desligamento incorreto.
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