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Luiz Fara Monteiro

Relatório diz que pilotos desligaram o motor errado em acidente que matou 179 na Coreia

Queda do Boeing 737 da Jeju Air teria como fator contribuinte o desligamento do motor que estava operacional após choque com pássaros

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Avião da Jeju Air: acidente se chocou com pássaros e teve desligamento de motor errado Reprodução vídeo YouTube

Um relatório preliminar do Conselho de Investigação de Acidentes de Aviação e Ferrovias da Coreia do Sul (ARAIB) indica uma possível falha no gerenciamento em uma emergência causada por uma colisão entre a aeronave e pássaros no acidente do Boeing 737-800 da Jeju Air, no Aeroporto Internacional de Muan (MWX) em 29 de dezembro de 2024. Na ocorrência registrada próximo ao pouso, 179 pessoas morreram depois que o voo 7C 2216 sofreu uma excursão de pista e bateu em um muro.

As descobertas, apresentadas às famílias das vítimas durante um briefing no Aeroporto de Muan no sábado (19), revelam que o motor afetado pelo ‘bird strike’, termo usado na aviação para a colisão entre aeronaves e pássaros, foi o de número 2, localizado do lado direito do avião. Com o choque e um incêndio subsequente, o piloto que executava as manobras da aeronave - chamado de ‘pilot flying’ - pediu ao colega que desligasse o motor de número 2, atingido pelo pássaro e severamente danificado.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Um relatório preliminar aponta que pilotos desligaram o motor errado após colisão com pássaros em acidente com Boeing 737 da Jeju Air.
  • O acidente ocorreu em 29 de dezembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Muan, resultando na morte de 179 pessoas.
  • O motor afetado pelo impacto, localizado do lado direito, foi desligado ao invés do motor esquerdo, que estava operacional.
  • Investigações mostram que o desligamento incorreto impediu a descida do trem de pouso, levando a uma colisão com um muro após o pouso de barriga.

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No entanto, o motor cortado foi o de número 1, localizado do lado esquerdo do Boeing, que estava totalmente operacional, apesar de também ter sido atingido por pássaros. O piloto acionou ainda o extintor de incêndio, o que impediu a reativação do motor. A ausência dos motores impediu o piloto de retomar a pressão hidráulica para descer o trem de pouso. A aeronave possui um sistema alternativo para o acionamento do trem de pouso, mas faltou tempo hábil por conta da proximidade do jato com a pista.

Após o acidente, ambos os motores foram enviados à França em março de 2025 para um exame detalhado, que confirmou que o motor esquerdo não apresentava problemas mecânicos e que seus sistemas eletrônicos estavam funcionando normalmente.


Com o motor direito já sem potência devido ao impacto com pássaros, o desligamento do motor esquerdo causou uma perda completa de empuxo, deixando a tripulação sem potência disponível. Os investigadores também confirmaram que a alavanca do trem de pouso não havia sido acionada, o que significa que as rodas não foram acionadas antes da aeronave realizar um pouso de barriga e colidir com um muro de concreto depois da pista. A presença desta barreira foi criticada por especialistas em aviação.

Um relatório preliminar divulgado em janeiro já havia confirmado a versão levantada sobre colisão com pássaros como um dos fatores contribuintes para a tragédia. Exames de DNA comprovaram restos de uma espécie de pato comum no leste da Ásia encontrados nos motores. As interpretações iniciais presumiram que danos em ambos os motores levaram a falhas elétricas e hidráulicas. As novas descobertas, no entanto, indicam que, enquanto o motor direito ingeriu pássaros e pegou fogo, o motor esquerdo falhou devido a um comando de desligamento incorreto.


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