Corinthians precisa aprender a atacar sem ficar exposto
Eliminação para o Guaraní mostrou que é muito mais difícil organizar uma equipe quando os jogadores de armação não têm posição fixa
Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7
Não se muda um time da noite para o dia. A chegada de Tiago Nunes ao comando técnico do Corinthians realmente transformou a postura corintiana dentro de campo. Falta, no entanto, dar à equipe um maior padrão de jogo.
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O ímpeto de atacar é muito importante, mas necessita de treinamento. É muito mais difícil organizar uma equipe quando os jogadores de armação não têm posição fixa.
O posicionamento de Luan no jogo contra o Guaraní, em que o Corinthians foi eliminado da Libertadores, mostrou isso.
É verdade que o time paulista jogou com um a menos desde os 28 do primeiro tempo. Mas a liberdade de ir e vir de Luan o fez recuar excessivamente para buscar jogo. Principalmente no segundo tempo.
E, desde a defesa, ele saía jogando com muita lentidão, prendendo a bola em momentos que tinha de soltá-la.
Outro fator que prejudicou o ritmo do Corinthians foi o fato de Luan levantar muito a bola, abusando dos passes pelo alto, quando a solução era colocá-la no chão.
Neste sentido, até agora, o Corinthians tem sido um esboço da equipe que Tiago Nunes pretende montar, colocado logo cedo em uma decisão.
É natural que o resultado não tenha sido o melhor. As peças têm de ir se encaixando até que a engrenagem funcione a todo vapor.
Para que isso aconteça, é necessário que os jogadores adquiram mais confiança e entrosamento.
Com a volta de Ramiro, deslocado para a meia, e a possibilidade de contar com o atacante Yony González, o time tende a ganhar mais força para implementar as ideias ousadas do treinador.
Porque, como se viu, não basta apenas ter a intenção de atacar, se todo um sistema não estiver organizado para isso.
O Guaraní fez o seu gol por meio de cobrança de falta, mas, na jogada, chegou tocando com facilidade, além de ter criado várias situações que ameaçaram o gol corintiano.
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O Corinthians, ao mesmo tempo que mostrou uma nova faceta, chegando ao segundo gol mesmo com 10 jogadores, sentiu falta de um maior poderio defensivo para garantir o resultado com um jogador a menos.
Neste sentido, a filosofia do antecessor Fábio Carille fez alguma falta, justamente em um momento no qual a equipe tem mostrado um louvável pendor ofensivo.
As grandes equipes são aquelas que conseguem fazer com que o futebol não seja visto como um esporte com "cobertor curto", no qual a possibilidade de atacar exclui a de se defender.
São aquelas que, justamente porque jogam com a bola, não deixam o adversário jogar. Telê Santana e Carlos Alberto Parreira, neste sentido, sempre falaram a mesma língua.
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