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Hungria: premiê conservador busca manter maioria em eleições 

Pesquisas ainda colocam Orbán como favorito, mas sem margem que lhe garanta uma supermaioria, para continuar sua política xenófoba 

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky do R7

Viktor Orbán faz campanha antes das eleições
Viktor Orbán faz campanha antes das eleições Viktor Orbán faz campanha antes das eleições

As eleições parlamentares deste domingo (8) na Hungria serão um termômetro para se saber se algo na Europa está mudando, após um período de xenofobia em função da intensidade da imigração de refugiados vindos da África e do Oriente Médio.

O premiê Viktor Orbán, líder do conservador partido Fidesz, busca ser eleito para um terceiro mandato consecutivo de quatro anos e manter sua política radical contrária à imigração.

Boa parte da campanha do primeiro-ministro, para manter seu discurso que até há pouco era bem aceito pela população, se voltou contra o bilionário húngaro George Soros, que mantém parcerias com entidade de ajuda a refugiados.

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Morando nos Estados Unidos, Soros organizou o chamado "Plano Soros", que visa dar acolhida na Europa a pelo menos um milhão de imigrantes por ano, o que enfureceu Orbán.

A política liberal de Orbán também vinha obtendo bons resultados, já que, desde que assumiu, em 2010, o desemprego caiu e o PIB cresceu. Apenas atrás da alemã Angela Merkel, ele é o mandatário que está no poder há mais tempo na Europa.

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Acontece que, com o arrefecimento do número de imigrantes que desembarcam na Europa, apesar da continuidade do drama, o discurso xenófobo de Orbán dá sinais de perda de força.

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Pesquisas ainda o colocam como favorito, mas sem uma margem que lhe garanta uma supermaioria (50% mais um), como vinha tendo no parlamento.

Ele ainda se mantém com quase 50% das intenções de voto, mas já vê os opositores Jobbik, ultranacionalista de direita e o Partido Socialista Húngaro se aproximarem dos 20%.

Entretanto, neste momento, sua postura refratária às decisões da União Europeia também podem pesar contra sua candidatura.

Em junho de 2017, a entidade europeia abriu um processo processo judicial contra Hungria, Polônia e República Checa, em função da recusa desses países em acolher os requerentes de asilo da Itália e da Grécia, algo que, na divisão definida, era considerado uma "obrigação legal".

Orbán, cujo governo também começa a se desgastar com denúncias de corrupção, se amparao, porém, no histórico trauma húngaro de perda de territórios.

Com a chegada dos turcos-otomanos, em 1526, o país foi desemembrado. Mais de 300 anos depois, passou a fazer parte do Império Austro-Húngaro (1867) que, com sua derrocada, no fim da Primeira Guerra Mundial, deixou a Hungria com cerca de um terço do seu território, perdendo áreas para a Romênia, Tchecoslováquia e a Iugoslávia. A Hungria só foi recuperar uma parte dele nos anos 40, quando o país se aliou à Alemanha nazista.

Este temor, de sempre perder territórios, é o principal motivo para a população apoiar a recusa em receber refugiados, desconfiada que isso enfraqueça as fronteiras e a soberania do país. Orbán, novamente, aposta nessa questão e ainda é o favorito para vencer. 

E a Hungria, que se livrou de cercas da antiga União Soviética, quando o país, então comunista, isolou suas fronteiras, volta a erguê-las. É algo que tem feito desde 2015 e se mantém até agora, como na vila de Bacsszentgyorgy, que é passagem daqueles que vêm da Sérvia. Mais precisamente, os refugiados.

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