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Tiago Nunes não obteve resultados ainda, mas gera boas expectativas

Mesmo sem conseguir vitórias nos últimos jogos, ele se mostra um treinador moderno, que pode ajudar Corinthians a ganhar títulos

Nosso Mundo|Eugenio Goussinsky, do R7

Tiago busca acertar a movimentação da equipe
Tiago busca acertar a movimentação da equipe

Os intensos treinos e as normas um tanto rígidas do treinador Tiago Nunes ainda não foram capazes de colocar o Corinthians em uma trilha de vitórias.

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Mas, mesmo com dificuldade para vencer nos últimos jogos, nota-se que a equipe tem buscado o gol. Não se acovarda. Falta ainda o encaixe dentro de campo. Isso, contudo, é uma questão de tempo.

No empate contra o Novorizontino, mesmo fora de casa, o Corinthians pelo menos tentou ser ofensivo.


Nos treinamentos, pelo que se tem observado, a maior preocupação de Tiago Nunes é com a movimentação dos jogadores. E nos jogos do Paulista, a impressão que dá é a de que ele ainda está testando a equipe.

Cartilha semelhante à de Tiago foi adotada por treinadores "fora da curva", como Telê Santana, seguidor de Zezé Moreira, e Vanderlei Luxemburgo, que muito se inspirou em Zagallo.


Trata-se do tipo de treinador que tem um olhar para o esquema tático e outro para a característica dos jogadores.

Um treinador não chega a ter mais do que 30% de influência dentro de uma equipe. Isso até hoje.


Mas, dentro dessa porcentagem, como se fosse um auxiliar dos jogadores, ele pode fazê-los render o máximo em campo, dando-lhes dicas, repetindo movimentações, buscando insights.

Zezé, por exemplo, transformou o zagueiro Pinheiro em líbero, gostava de trabalhar com um jogador na sobra.

No Flu, recuou Telê para o meio, abrindo espaço para o avanço dos laterais e a penetração de outros jogadores.

Zagallo fez o mesmo com Piazza, o deslocando do meio para a zaga e com Rivellino, na função de quarto homem.

Tais armações táticas têm a influência de técnicos vindos de fora, mas também os influencia.

O próprio Guardiola bebeu na fonte da seleção de Telê, que jogou na Copa de 1982.

Tiago se mostra um treinador com esse estilo. Logo que chegou, por exemplo, deslocou Avelar da lateral para a zaga, o que é interessante.

A princípio, ele se espelha no estilo moderno das escolas europeias. Na qual a a preocupação com a ocupação de espaços se casa com a cobertura no momento certo.

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Como fizeram Telê, Zezé, Luxemburgo (ainda busca fazer) e Zagallo.

Ainda falta ao Corinthians uma melhor aproximação entre seus jogadores. Apesar da busca pelo ataque, o time não tem conseguido furar a marcação cerrada dos adversários.

Isso acaba sobrecarregando a zaga, que, por jogar adiantada, tem dificuldades em se recuperar e correr atrás dos adversários quando o time perde a posse de bola.

Outro que está sobrecarregado é Luan, até agora o único jogador incumbido de fazer as triangulações com os atacantes.

Ele precisa de um companheiro na armação e, enquanto algum jogador não é contratado, a volta de Ramiro pode suprir essa falta.

Desde que o ex-volante (nos tempos de Carille) se contundiu, o time, que vinha bem neste início, caiu de produção.

É necessário, portanto, que Tiago Nunes tenha todo o respaldo da diretoria para continuar o seu trabalho no clube.

É difícl encontrar no mercado um treinador com ideias tão claras, modernas, que busca ventilar o jogo e está antenado com o que acontece na Europa, principal reduto do futebol neste momento.

O Corinthians, com ele, tem tudo para crescer em campo e dar muitas alegrias à sua torcida.

E mostrar que treinador bom, se tiver uma visão ampla, independe de nacionalidade. É influencidado, mas também influencia.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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