Vacinação indígena atinge meta histórica, mas falha em distritos mais remotos da região Norte
Alguns Dseis registraram no ano passado menos de 50% de cobertura vacinal em imunizantes específicos
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Mesmo batendo recorde na meta nacional de vacinação para crianças menores de um ano nas populações indígenas, o Ministério da Saúde ainda enfrenta desafios de logística e imunização em alguns Dseis (Distritos Sanitários Especiais Indígena) do país.
Segundo a pasta, na média geral, a cobertura vacinal nos territórios indígenas chegou a 79%, ultrapassando a meta de 78% estipulada pelo governo.
Apesar disso, de acordo com dados exclusivos levantados pelo R7 Planalto, via Lei de Acesso à Informação, a aplicação de vacinas foi baixa principalmente no caso do rotavírus (vacina para proteger bebês e crianças contra infecções gastrointestinais graves), Pneumo 23V e Pneumocócica (vacina para proteger contra doenças graves causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, como pneumonia, meningite e infecções do sangue).
leia mais no r7 planalto
No caso do rotavírus, a média da cobertura vacinal nos 34 Dseis foi de 78,1%, mas quatro distritos ficaram longe desse patamar:
- Dsei Alto Rio Purus (AC): 27,06% de cobertura vacinal;
- Dsei Yanomami (RR): 38,71% de cobertura vacinal;
- Dsei Amapá e Norte do Pará (AP): 41,54% de cobertura vacinal; e
- Dsei Alto Rio Juruá (AC): 51,77% de cobertura vacinal.
O Ministério da Saúde explicou ao R7 Planalto que ampliou a faixa etária das crianças que podem receber a vacina contra o rotavírus “como forma de garantir que todas sejam vacinadas, mesmo que fora do período ideal para a imunização”.
No caso da Pneumocócica e Pneumo23V, ficaram abaixo da meta esperada o Dsei Médio Rio Purus (AM) — 46,05% de cobertura vacinal — e o Dsei Mato Grosso do Sul — 55,35% de cobertura vacinal.
Questionado sobre quais ações serão implementadas nesses territórios mais vulneráveis e de difícil acesso, o Ministério da Saúde disse que tem estratégias específicas para o público indígena.
Segundo a pasta, iniciativas como o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas, a Operação Gota, a Vacinação nas Fronteiras, Atividades de Vacinação de Alta Qualidade, a retomada da vacinação em escolas e as campanhas de mobilização social “têm ajudado a aumentar a cobertura vacinal”.
“Esses avanços na cobertura vacinal acontecem em um cenário de desafios geográficos, ambientais e linguísticos. Na região Norte, onde o acesso depende majoritariamente de transporte fluvial e aéreo, condições climáticas como estiagens e queimadas podem reduzir as oportunidades de vacinação”, explicou a pasta.
Veja dados da cobertura vacinal média em todos os 34 Dseis
- BCG: 97,3%
- Febre Amarela: 96,3%
- Tríplice Viral: 95,5%
- Hepatite B: 95,1%
- Pentavalente: 93,9%
- Varicela: 93,3%
- Polio: 92,9%
- Meningo C: 92,9%
- DTP: 91,0%
- Pneumocócica 10V: 90,2%
- HPV: 90,3%
- Hepatite A: 90,0%
- Tetra Viral: 87,9%
- ACWY: 87,8%
- dT: 87,6%
- Influenza: 85,9%
- Rotavírus: 78,1%
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
