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Bananal em choque: cavalo teria sido mutilado porque estava cansado; tutor apresenta outra versão

Caso expõe urgência de medidas contra violência animal e mobiliza protestos nas redes sociais

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População pede justiça por mutilação de cavalo no interior de São Paulo Reprodução/Instagram/@anacastelacantora

No último sábado, 16 de agosto de 2025, um caso de extrema crueldade contra um animal chocou a população de Bananal, interior de São Paulo. Imagens que circulam nas redes sociais causaram indignação coletiva: um cavalo foi mutilado até a morte em uma área rural da cidade.

De acordo com uma testemunha ouvida pela polícia, ela e o tutor participavam de uma cavalgada, cada um montado em um cavalo, quando o animal branco se cansou, parou de andar e deitou no chão. Nesse momento, o dono teria reagido de forma brutal e disse: “se você tem coração, melhor não olhar”. Em seguida, tirou um facão da cintura e cortou as patas do animal.


A cena marcou o início de uma sequência de violência que terminou com a morte do cavalo. O caso foi imediatamente encaminhado à Delegacia de Polícia e à Polícia Ambiental.

Em depoimento, o tutor do cavalo admitiu ter mutilado o animal com o facão, mas alegou que ele já estava morto quando isso ocorreu. O caso foi registrado como abuso contra animais, com agravante pela morte, e segue sob investigação. Até o momento, ninguém foi preso.


A Prefeitura de Bananal repudiou a ação e reiterou seu compromisso com o bem-estar animal, afirmando que espera a responsabilização dos envolvidos.

A repercussão foi imediata nas redes sociais. A ativista Luísa Mell pediu punição: “Monstros! Como pode, gente? Pelo amor de Deus! Exigimos punição! Estes covardes têm que pagar! Cortaram as patas de um cavalo simplesmente porque ele não aguentava mais andar!” A cantora Ana Castela classificou o crime como “covardia” e sugeriu mobilização popular para intensificar a pressão sobre as autoridades.


O caráter de quem maltrata animais

Eu não gosto de ver imagens de maus-tratos. Acredito que qualquer pessoa normal também não. Mas não podemos virar as costas para um problema cada vez mais comum no país.

O caso de Bananal é um alerta urgente para refletirmos sobre o caráter de quem pratica esse tipo de crueldade e sobre a dimensão desse problema no Brasil.


Maus-tratos contra animais estão entre os crimes mais comuns do país — ocupando o 5º lugar no ranking nacional. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem cerca de 30 milhões de animais abandonados. Esse abandono, somado à negligência, abre espaço para que novos casos de violência se multipliquem.

Atualmente, mais de 184 mil animais resgatados de maus-tratos vivem sob os cuidados de ONGs e grupos de protetores. Os números impressionam, mas ainda não refletem toda a realidade: a maioria dos casos sequer chega a ser registrada.

A verdade é que muitas pessoas ainda acham aceitável — ou até “engraçado” — caçar, ferir ou causar sofrimento a animais. Mas o que isso revela sobre o caráter de quem age assim?

A incapacidade de respeitar a vida em sua forma mais vulnerável não denuncia apenas maldade, denuncia, sobretudo, a ausência de humanidade.

No fim, não basta revoltar-se diante de todo esse horror — é preciso que cada um busque cultivar, no dia a dia, um caráter que reconheça e valorize o valor da vida em sua forma mais frágil. Afinal, o grau de civilização de uma sociedade não se mede por suas leis ou avanços tecnológicos, mas pelo modo como trata o próximo — seja quem for.

Denuncie

Para enfrentar essa realidade, o Governo e órgãos de segurança oferecem canais específicos para denúncias. A população pode acionar a Central 190 da Polícia Militar em casos de emergência.

Outras alternativas são:

  • Disque 181 (Disque Denúncia – alguns estados) – canal para denúncias anônimas, inclusive de crimes ambientais e maus-tratos.
  • Ibama – Linha Verde (0800 61 8080) – para crimes ambientais e maus-tratos a animais silvestres.
  • Delegacias de Polícia Civil – qualquer delegacia pode registrar ocorrência de maus-tratos a animais, que é crime previsto na Lei Federal n.º 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais).
  • Ministério Público Estadual ou Federal – também pode ser acionado para encaminhar denúncias.
  • Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (Disque 100) – além de casos de direitos humanos, recebe denúncias de maus-tratos a animais em alguns estados, repassando para os órgãos competentes.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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